segunda-feira, 14 de maio de 2018

A 4 DE MAIO Foi maravilhosa a visita a Mafra







Partimos cedo. Por volta das 7 horas, já os alunos se encontravam no autocarro, prontos para uma viagem a um destino que enriquece qualquer pessoa. A viagem foi como qualquer uma, no entanto, a chegada foi muito diferente de todas as outras. Chegámos às 11 horas e fomos recebidos por um vistoso e grandioso palácio a olhar-nos do outro lado da janela e a curiosidade de o conhecer e saber a sua história aumentou significativamente.
Decidimos entrar, explorar e conhecer. Fomos recebidos por quatro corujas que habitam no próprio palácio e que são todas diferentes, mas todas encantadoras à sua maneira e com personalidades muito próprias. Quando a guia se juntou a nós, dirigimo-nos ao convento. O convento é um espaço que sempre foi muito importante naquele palácio. Para além de ser símbolo da religião em si, é símbolo de união, de poder e das desigualdades sociais. Nesse mesmo convento, tivemos a oportunidade de visitar a enfermaria, onde eram visíveis os diferentes “quartos”, divididos por paredes finas e isolados por uma simples cortina; e a “farmácia” da altura, que continha tudo o que era necessário para tratar das doenças que eram frequentes no século XVIII e que os frades, sobretudo, tinham de combater. E qual seria o objetivo da nossa visita se não estabelecêssemos uma ligação com o famoso romance de Saramago “ O Ano da Morte de Ricardo Reis”? Chegámos à conclusão que o passado demora muito tempo a ser alterado e que as diferenças sociais, que são alvo de crítica forte e permanente no romance de Saramago, prolongaram-se até aos dias de hoje e não ficaram “presas” no século XVIII. Ainda somos vítimas desta realidade e Saramago que foi alguém capaz de verificar e apontar isso mesmo.
Depois do convento, seguimos para o apartamento real, visitámos primeiro o do rei e mais tarde o da rainha e, apesar das desigualdades sociais terem sido algo que não mudou, o estilo de vida das pessoas é muito diferente da forma como vivemos hoje, dos nossos hábitos e costumes, daquilo que fazemos por diversão, da forma como encontramos o conhecimento, entre outros fatores. Após a visita a estes dois apartamentos reais comprovámos isso. Foram muito pouco utilizados, digamos que eram apenas um local de férias, quando a comitiva do rei ia caçar na famosa Tapada de Mafra, tendo servido de habitação, durante mais ou menos um ano, ao rei D.João VI e não a D.João V. Esta informação foi realmente algo que chocou, visto que o rei que esperou 36 anos pelo fim das obras do Palácio, que o mandara contruir com o dinheiro que viera do Brasil, foi o que menos o aproveitou. Quando olhamos para a arquitetura dos apartamentos reais e para a maneira como os objetos são colocados e utilizados, vemos a grande inspiração que foi o Palácio de Versalhes (França).
Temos sorte em ter um Palácio tão valioso a nível cultural e a Biblioteca, com grandes dimensões, com milhares de volumes, com uma arquitetura rica e pormenorizada e com os seus morcegos, que captou a atenção de todos os alunos, que olhavam atentamente para cada pormenor, e confirmou que o Homem sempre foi um ser que procurou o conhecimento, porque “conhecimento é poder”.
Uma pequena e merecida pausa para o almoço no jardim que se encontra ao lado do Palácio Nacional de Mafra e uma rápida visita à lindíssima basílica, que ainda hoje é utilizada, marcaram o fim da nossa visita ao Palácio. Depois a nossa atenção, durante aproximadamente duas horas, na parte da tarde, foi dirigida a uma peça de teatro sobre a grande obra “O Ano da Morte de Ricardo Reis”. Um teatro muito interessante sobre o último ano de vida do heterónimo de Fernando Pessoa.
Com o fim da visita e do teatro, era hora de regressar e regressámos. Chegámos às 21.30 horas. Estávamos todos exaustos, mas felizes por nos ter sido concedida a oportunidade de conhecer um dos “símbolos” de Portugal, uma cidade tão bela e a história de alguém que Saramago decidiu “matar”.
                                                                                Ana Catarina Plácido (12º F)

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