Fernando Cabral, professor de Educação Física na ESAAG, conta o seu 25 de abril:
Fernando Cabral em 1974 |
Feitas
bem as contas... o 25 de Abril de 1974 já foi há 40 anos.
Isto quer dizer que há mais do que uma
geração que só conhece o pós-25 de abril, ou seja, não tem esse marco nas suas
vidas. Os que se lembram dele têm todos hoje mais de 50 anos! Sim... é mesmo
isso: 50 anos.
É o meu caso… Onde estava eu nesse dia?
Aqui mesmo! Na nossa Escola chamada na altura Liceu Nacional da Guarda.
Frequentava o 7º ano liceal (atual 11º ano), era finalista do Liceu.
Nas primeiras horas da manhã do 25 de abril por aqui, na Guarda, não se tinha uma ideia clara do que estava
acontecer. Havia um golpe de estado promovido por militares mas não se sabia se
era originário em soldados que queriam impor a democracia ou um regime
ditatorial fascista mais “duro”. Conforme as horas foram passando teve-se então
a perceção que se tratava de um golpe democrático. No dia seguinte, dia 26, os
alunos do Liceu, de forma espontânea, resolveram não ir às aulas e fazer uma
manifestação pelas ruas da cidade. Saímos em direção à Escola Comercial e
Industrial, atual Secundária da Sé, onde desafiámos os alunos desta escola a
acompanhar-nos e daí ao Colégio de S. José (onde hoje funciona o Conservatório
de Música) para o mesmo efeito. A cidade foi “invadida” com algumas palavras de
ordem…de uma delas, com origem na Colômbia, ainda me lembro muito bem: “O POVO
UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO”.
O 25 de Abril foi um marco histórico. Graças a ele
temos, quanto mais não seja, o mais precioso dos bens: a liberdade de
expressão. Até a liberdade de dizer mal dele, se quisermos! Ninguém nos vai
prender se o fizermos.
Que viva o 25 de Abril.
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