sexta-feira, 25 de abril de 2014

25 de abril 40 anos - 28 - Os presos políticos

Desenho de João Abel Manta: Preso político ladeado por um Pide e um Guarda

Os presos políticos eram as maiores vítimas do regime do Estado Novo. Quem ousasse fazer frente ao regime e reivindicar o direito de opinião política ou de reunião para lá dos limites do partido único já sabia com o que podia contar: perseguição e eventualmente prisão. A PIDE era a arma utilizada contra quem queria ter voz contra o regime. À prisão seguiam-se os interrogatórios, eventualmente a tortura ou o isolamento. Alguns chegaram a morrer.
O Aljube, junto à Sé de Lisboa, foi a prisão utilizada até aos anos 60. No início dos anos 70, por pressão internacional, o Aljube fechou por insalubridade e era Caxias que era o destino principal dos presos políticos. No dia 26 de abril de 1974, a abertura da prisão de Caxias para saída dos presos políticos foi um momento de emoção elevada para os presos, familiares e amigos.
O drama dos presos não era somente a injustiça da prisão mas também as condições em que se vivia e a falta de expectativas de saída. Alguns chegaram a cortar a língua para não falar, outros tentavam resistir à tortura do sono, outros entretinham-se com trabalhos artísticos ou com a escrita, às vezes às escondidas e quando o espaço o permitia.
Nomes como Medeiros Ferreira, Mário Soares, Fernando Rosas, Domingos Abrantes, Álvaro Cunhal, José Tengarrinha, Carlos Brito são sobejamente conhecidos e deram testemunho dos tempos de prisão que nunca mais esqueceram, em alguns casos intervalados por fugas da prisão. Dois sites, do EXPRESSO e da Rádio Renascença, dão-nos por estes dias alguns testemunhos desses tempos e desses presos:

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