Aqui fica o texto de Raquel Ferreira (12º A), menção honrosa no Prémio EXPRESSÃO Rio Vivo 2013/14:
Não, não quero nada, dizia Álvaro de Campos com razão, nada
do que fazem à Mãe Natureza, não quero que ela continue a sofrer, a envelhecer
cada vez mais rápido sem que se consiga desfrutar do máximo da sua beleza.
Deus quer, o homem sonha,
a obra nasce... Será verdade? Terá Fernando Pessoa razão? Será que o homem quer
isto para a Mãe Natureza? E Deus quererá a Mãe Natureza saudável? Quiçá Deus o
quisesse mas o homem não o sonha, por conseguinte a obra não nasce. Os homens
possivelmente pensam noutras realidades como a vida, a crise, o emprego que
nunca é seguro e esquecem-se do meio ambiente. A mãe Natureza sofre, as pessoas
deitam lixo para o chão, para a água de mares, lagos e rios, poluem as próprias
praias que no verão frequentam. Não se importam com o que a poluição e outros
males fazem à Mãe Natureza, esquecem-se também de que as consequências não são
imediatas mas sim graduais, o que quer dizer que os descendentes serão mais afetados
que a geração presente e apenas estão a comprometer a vida futura desses
indivíduos. Os coitados dos pássaros, quando chegam, na primavera, encontram a
reluzir as pastilhas elásticas que alguém cuspiu, as quais quando tocam no seu
pequeno e delicado bico nunca mais o largam: tal atitude provoca-lhes a morte
quase imediata.
Cada vez mais áreas
verdes são abatidas apenas porque sim ou então para aí serem construídos
edifícios / habitações que a maioria das vezes se estão a degradar sem nunca
terem sido utilizados. Na localidade da Guarda não temos muito esse problema,
isso acontece mais em cidades grandes como Lisboa e Porto.
O que mais me
preocupa na Cidade da Guarda, a mais alta de Portugal continental, a Cidade dos
5F´s, para mim também a mais bonita, é o lixo que pessoas desinteressadas com o
meio ambiente deitam para o chão e por vezes a menos de 20 metros do caixote do
lixo… É um absurdo… No jardim à frente da minha casa é isso que vejo todas as
manhãs. Prefiro nem ir à janela, pelo menos não olho para baixo para não ver a
sujidade e a poluição. Onde quando eu era pequena via um jardim belo, sem lixo,
com baloiços, um espaço verde em condições, e que não estava degradado, agora
alguns canteiros são mais terra que relva, já nada é tratado. Trabalho que é do
encargo da câmara municipal… Eu não posso cuidar do jardim pois não é da minha
propriedade e não tenho utensílios para tal.
No entanto nem tudo
é mau, um grande projeto para a dinamização da cidade e o mais próximo contacto
com a natureza é o grandioso “Polis”, um local onde se alivia o stress do dia-a-dia, onde se pratica
desporto e onde os mais pequenos passam os dias em grande euforia.
Queria grandeza,
sim, queria um mundo melhor sem poluição e sem desrespeito para com Mãe
Natureza. Implementaria, se necessário, leis que a protegessem para não se
chegar ao caótico estado ambiental da China onde aquela nuvem de poluição é
permanente, o que provoca doenças graves e mesmo a morte de centenas de indivíduos.
Fazia também os possíveis para que a Cidade da Guarda voltasse a ser considerada
a Cidade menos poluída de Portugal Continental, como se do campo se tratasse, a
zona mais saudável e relaxante que podemos encontrar no planeta azul.
Espero daqui a uns
anos ler esta crónica e pensar que o mundo está melhor, a Mãe Natureza mais
forte e respeitada que antes, pois é ela que nos dá vida e alento.
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