De todas as sessões de
sensibilização realizadas por pessoas do exterior do núcleo escolar, que
intervêm com o fim de cativar os nossos ouvidos, esta última foi a mais
marcante.
Caímos, muitas vezes, na crítica
fácil, sem sabermos as razões pelas quais as pessoas chegam às dependências.
Nos dias de hoje, as crianças e jovens são alertados e educados para a
prevenção do consumo de substâncias aditivas. Há mais de sessenta anos, a realidade
era muito diferente. O vinho, por exemplo, era considerado, não uma bebida prejudicial,
mas sim um alimento, consumido diariamente, vulgarizando-se o seu consumo.
A aceitação social do consumo de
bebidas alcoólicas não foi o único fator que conduziu Carlos Brito ao
alcoolismo, tendo o convívio com parentes próximos, consumidores excessivos de
álcool, contribuído, também, para a situação de doença a que chegou. Neste caso
salientou o alcoolismo do seu pai. Enquanto jovem, assistiu à sua tentativa de
suicídio, sendo a página mais escura e marcante da história de vida de Carlos. O
dia em que levou o seu pai de urgência para o Hospital foi o fim de linha a que
o álcool o tinha conduzido. O primeiro dia do resto da vida do pai de Carlos,
com a promessa, que cumpriu, que nunca voltaria a embriagar-se.
Depois dos relatos marcantes, que
só a realidade dá, fomos informados de todas as consequências resultantes do
consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tanto a curto como a longo prazo, e o
estigma social que pode advir se nos deixarmos vencer pela dependência
alcoólica.
Conhecemos, também, o trabalho
meritório desenvolvido pelo Núcleo da Guarda dos Alcoólicos Recuperados. Este
núcleo ajudou a recuperar mais de 1.875 alcoólicos, tendo contribuído, por
subtraírem rapidamente o alcoólico do contexto familiar e o encaminharem para a
recuperação, para que a região apresente a menor taxa de violência doméstica associada
a esta doença.
A realidade dura que pudemos
apreender servirá certamente para derrubar os mitos que povoam as mentes de
muitos dos jovens: o álcool não traz felicidade, não dá alegria e não diverte.
Dizer não ao consumo de álcool é dar uma oportunidade à vida.
Este texto foi elaborado pela aluna
Matilde Almeida, do 9ºA, contando ainda com a colaboração dos seus colegas de
turma e da sua professora Elsa Salzedas. A sessão foi promovida pelas
professoras Elsa Salzedas e Lurdes Coelho do Clube de Saúde e por Carlos Brito,
presidente da Delegação da Guarda dos
Alcoólicos Recuperados.
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.