quinta-feira, 3 de março de 2016

A ARTE DE NAMORAR UM TESTE Conselhos para uma época de testes

Uma professora enviou-nos um texto criativo sobre A ARTE DE NAMORAR UM TESTE. Ora saboreiem!

Durante a próxima hora vais conhecer a tua nova paixão – não se trata de um rapaz, não se trata de uma rapariga.
Durante a próxima hora vais-te apaixonar.
Como sabemos que perdemos a cabeça nesses momentos, convém saber exatamente o que fazer. Foi por isso que tentei listar o que acho mais importante no amor à primeira vista:

O rosto. O rosto é a questão, e a questão é o principal.
Convém olhar bem para ele, examiná-lo, e deixar-se seduzir!
 Uns olhos irresistíveis? Uns lábios inesquecíveis? E aquelas covinhas quando sorri? E aquele cabelo perfumado? E o hálito de maçãs frescas?
Olha bem para a questão, antes de dares o próximo passo.
 Também o corpo é importante. Trata-se já não do rosto, mas do resto, da figura, do vestuário.
Muitas vezes a questão vem acompanhada de gráficos, de desenhos, de tabelas, daqueles adereços e enfeites que conheces bem, e que quando combinam tornam-se majestosos: a rapariga banal transforma-se numa princesa, e o rapaz descuidado de repente vira um gato. Miauuuu.
É altura de sublinhar os atrativos, para que o coração não perca a razão nem enlouqueça. Sublinha pois, caro aluno, cara aluna, os conceitos mais importantes, aquelas ideias que já ouviste falar muitas vezes na sala de aula. São essas ideias que é preciso sublinhar.
É inevitável, eu sei, fixarmo-nos nas partes mais voluptuosas do corpo: a corola, as pétalas, o caule femininos; e o tronco, os ramos, os galhos masculinos.
Também é inevitável fixarmo-nos nas partes voluptuosas da questão, dividindo-a sensualmente.
Para estar à altura duma boa resposta, ou seja, para não levares uma nega, define cada parte, analisa com toda a arte de que fores capaz. No final faz como o mágico, que dividiu em três a futura namorada dentro duma caixa, mas que conseguiu voltar a juntá-la: foi assim que acabou por seduzi-la. Ela, então, completamente arrebatada, entregou-se-lhe de corpo e coração.
Mas tu ainda tens receio de dar o primeiro passo? Duvidas se a tua nova paixão te vai corresponder? Se calhar não é nada como tu imaginas. Se calhar as palavras não te sairão bem…
Muitas vezes a resposta certa está no que te apareceu antes de te deparares com essa questão. Recua um pouco, volta ao início, procura bem: não tens já alguma pista daquilo que é preciso dizer, das palavras certas, da resposta adequada? Abre-te, sésamo!
Vou-te confessar uma coisa: eu sou o cupido, aquele anjinho com asas que dispara as setas amorosas. Sou eu quem faz as pessoas olhar umas para as outras e apaixonarem-se.
Vou-te confessar também outra coisa: eu sou a professora, e sou eu quem faz os testes.
E vou-te dizer um truque que sempre ensinei aos meus filhos quando vão fazer uma prova: a maior parte das vezes está tudo já escrito na folha do teste, às vezes na pergunta anterior, às vezes na pergunta que se segue.
Usa também os documentos que aparecem junto à questão, aqueles gráficos, aquelas tabelas, aqueles desenhos. São os endereços e enfeites, que a tua paixão gosta de ver elogiados. Fala-lhe deles!
Mas não te esqueças de fazer um bocadinho de esforço: usa palavras doces, para fazeres a conquista e tirares boa nota à disciplina do amor.
O amor ao início usa as palavras para se fazer entender, e as próprias palavras foram inventadas para embalar esse berço.

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