Maria Isabel Barreno, uma das três
Marias, autoras das Novas Cartas Portuguesas, livro polémico de 1971, faleceu
no passado dia 3 de setembro aos 77 anos. A BE Vergílio Ferreira dedica-lhe uma
pequena exposição que já está patente, onde pode ver os livros da autora que a
BE possui e um apanhado da sua vida em texto e fotos. As Novas Cartas Portuguesas, obra escrita
em conjunto com Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, foram o seu momento
de glória porque constituíram uma obra polémica de contestação ao regime que se
vivia na altura, numa afirmação corajosa de um novo papel da mulher na
sociedade, já que até à altura a mulher era, na cultura dominante, valorizada apenas como “fada do lar”. O livro
sacudiu as águas, tornou-se desconfortável e a primeira edição foi apreendida.
As autoras tiveram um processo judicial por “conteúdo atentatório da moral
pública”.
Maria Isabel Barreno foi premiada
por duas vezes, uma vez como romancista (Crónica do Tempo, 1991, Prémio
Fernando Namora) e outra como contista (Os Sensos Incomuns, 1993, Prémio de
Conto Camilo Castelo Branco).
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