quinta-feira, 20 de abril de 2017

ENTREVISTA A CARLOS RODRIGUES, DA ORGANIZAÇÃO DA VISITA "PARIS NOUS VOICI 2017" "Viajar é abrir uma janela sobre o mundo."


 Colocámos algumas perguntas ao professor Carlos Pais Rodrigues, um dos responsáveis pela organização e acompanhamento da Visita a França “Paris nous Voici 2017 / Na Rota das Catedrais”, para fazer o balanço da Visita, que se realizou entre 7 e 14 de abril. Apesar de integrar a equipa organizativa, é a título meramente pessoal (e, refere ele, com muito gosto) que responde às questões colocadas. De facto, o balanço oficial e definitivo pressupõe ainda um inquérito a aplicar aos alunos participantes e uma reunião dos professores responsáveis pelo projeto, sendo posteriormente elaborado um relatório a submeter à DGEstE-Centro, no prazo de trinta dias.

Qual o balanço da viagem?
Do que me foi possível intuir das redes sociais (Facebook Paris nous Voici 2017), ouvir ou ler dos encarregados de educação, e ver nos largos sorrisos espalmados nos rostos cansados – sim, é possível cansá-los! – dos nossos alunos, julgo que o balanço é muito positivo. 

O programa revelou-se o mais adequado?
Continuo a acreditar que sim. Descontando o tempo do trajeto, foram seis dias “em cheio”! A opção por três parques temáticos prendeu-se com a faixa etária dos alunos (não havia turmas do ensino secundário, contrariamente ao PNV2015), tendo sido propositadamente intercalados dias de passeios e visitas. É verdade que nem todas foram efetuadas – já não houve tempo e forças para subir ao Sacré-Coeur… – mas, na minha perspetiva, tal ficou a dever-se à especificidade do grupo: 98 adolescentes e 11 adultos é uma estrutura muito “pesada”, difícil de manobrar, que em qualquer parte do mundo teria dificuldades em cumprir horários e passar desapercebida… 

Que efeito nas aprendizagens se supõe que a viagem conseguiu ?
Viajar é abrir uma janela sobre o mundo. A predisposição para conhecer outros povos, costumes e culturas, aprendendo com eles e vivenciando novas experiências é também uma forma de nos conhecermos a nós próprios, de tomarmos consciência de quem somos e do nosso lugar no mundo; só por isso, valeu a pena!
Agora, estes alunos já não precisam de imaginar a Torre Eiffel ou de sonhar com a Disney: vão recordar, lembrar e mesmo sentir saudades…Até aqueles que já conheciam estes locais e/ou monumentos emblemáticos, nunca irão esquecer esta viagem, porque ocorrida num ambiente atípico e peculiar.
É óbvio que, no domínio linguístico e cultural, aqueles que mais procuraram a interação, foram aqueles que mais se enriqueceram – o facto de viajar em grupo pode ser também um entrave; estar hospedado em casa de nativos francófonos seria bem mais producente (mas isso é outra conversa). Mesmo sem querer, os alunos foram “mergulhados” em Francofonia – lembro uma expressão da língua francesa muito sui generis, “un bain de langue”: ao lerem instruções ou ementas, ao ouvirem a Naomi (guia no bateau-mouche), ao efetuarem compras, ao pagarem no Flunch ou no Mac Donald, ao ligarem a televisão do quarto e descobrirem que os franceses dobram as séries que habitualmente vemos em Portugal, ao assistirem aos diversos espetáculos no parque Astérix, no Futuroscope e até mesmo na Disney,…aprenderam sem se dar conta e, melhor ainda, divertiram-se!
Relembro que, muito em breve, estes alunos serão postos à prova, pois cerca de um terço irá realizar os exames DELF (A1, A2 e B1) nos próximos dias 2 e 3 de maio, na nossa escola, aplicados pela Alliance Française. 

Como estiveram os jovens ?
No geral, considero que estiveram bem. É certo que houve situações, muito pontuais, que a irrequietude e o entusiasmo da adolescência, por vezes excessivo, conseguem explicar (mas nem sempre justificar), pelo que, em termos comportamentais, globalmente, nada de relevante há a apontar. Aliás, para um grupo de mais de 100 pessoas, até diria que fomos discretos q.b. e, também por isso, exemplares. 

Que alternativas se põem para as próximas viagens?
Fiel à sua matriz bienal, o projeto deverá concretizar-se novamente em 2019, com algumas novidades a revelar oportunamente, embora, como foi anteriormente explicado, também sujeito às características do público-alvo. 
Pela experiência adquirida e considerando o sucesso das duas edições (2015 e 2017), está agora em cima da mesa a possibilidade de passar a restringir-se a viagem a um único autocarro, mas num formato anual. Se assim for, já para o ano, poderá haver surpresas…
Por último, convém lembrar que o PNV (Paris Nous Voici) – a par do JIF (Journée Internationale de la Francophonie), do DELF (Diplôme d´Études en Langue Française) e do SELF (Section Européenne de Langue Française) – é apenas um dos quatro projetos de Francês do AEAAG, simbolicamente materializados num trevo de quatro folhas e no slogan “Le Français est une chance!”. Creio que quem fez esta viagem sentirá e viverá melhor esta frase, testemunhando que, de facto, no AEAAG, o Francês é uma sorte!

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