Qual o balanço da viagem?
Do que me foi possível intuir das redes
sociais (Facebook Paris nous Voici 2017), ouvir ou ler dos encarregados de educação, e ver
nos largos sorrisos espalmados nos rostos cansados – sim, é possível cansá-los!
– dos nossos alunos, julgo que o balanço é muito positivo.
O programa revelou-se o mais adequado?
Continuo a acreditar que sim. Descontando
o tempo do trajeto, foram seis dias “em cheio”! A opção por três parques
temáticos prendeu-se com a faixa etária dos alunos (não havia turmas do ensino
secundário, contrariamente ao PNV2015), tendo sido propositadamente
intercalados dias de passeios e visitas. É verdade que nem todas foram efetuadas
– já não houve tempo e forças para subir ao Sacré-Coeur…
– mas, na minha perspetiva, tal ficou a dever-se à especificidade do grupo: 98
adolescentes e 11 adultos é uma estrutura muito “pesada”, difícil de manobrar,
que em qualquer parte do mundo teria dificuldades em cumprir horários e passar
desapercebida…
Viajar é abrir uma janela sobre o
mundo. A predisposição para conhecer outros povos, costumes e culturas,
aprendendo com eles e vivenciando novas experiências é também uma forma de nos
conhecermos a nós próprios, de tomarmos consciência de quem somos e do nosso
lugar no mundo; só por isso, valeu a pena!
Agora, estes alunos já não precisam de
imaginar a Torre Eiffel ou de sonhar com a Disney: vão recordar, lembrar e mesmo
sentir saudades…Até aqueles que já conheciam estes locais e/ou monumentos
emblemáticos, nunca irão esquecer esta viagem, porque ocorrida num ambiente
atípico e peculiar.
É óbvio que, no domínio linguístico e
cultural, aqueles que mais procuraram a interação, foram aqueles que mais se
enriqueceram – o facto de viajar em grupo pode ser também um entrave; estar
hospedado em casa de nativos francófonos seria bem mais producente (mas isso é
outra conversa). Mesmo sem querer, os alunos foram “mergulhados” em Francofonia
– lembro uma expressão da língua francesa muito sui generis, “un bain de langue”: ao lerem instruções ou ementas,
ao ouvirem a Naomi (guia no bateau-mouche),
ao efetuarem compras, ao pagarem no Flunch
ou no Mac Donald, ao ligarem a
televisão do quarto e descobrirem que os franceses dobram as séries que
habitualmente vemos em Portugal, ao assistirem aos diversos espetáculos no
parque Astérix, no Futuroscope e até
mesmo na Disney,…aprenderam sem se dar conta e, melhor ainda, divertiram-se!
Relembro que, muito em breve, estes
alunos serão postos à prova, pois cerca de um terço irá realizar os exames DELF
(A1, A2 e B1) nos próximos dias 2 e 3 de maio, na nossa escola, aplicados pela
Alliance Française.
Como estiveram os jovens ?
No geral, considero que estiveram bem.
É certo que houve situações, muito pontuais, que a irrequietude e o entusiasmo da
adolescência, por vezes excessivo, conseguem explicar (mas nem sempre
justificar), pelo que, em termos comportamentais, globalmente, nada de
relevante há a apontar. Aliás, para um grupo de mais de 100 pessoas, até diria
que fomos discretos q.b. e, também por isso, exemplares.
Fiel à sua matriz bienal, o projeto
deverá concretizar-se novamente em 2019, com algumas novidades a revelar
oportunamente, embora, como foi anteriormente explicado, também sujeito às
características do público-alvo.
Pela experiência adquirida e considerando
o sucesso das duas edições (2015 e 2017), está agora em cima da mesa a
possibilidade de passar a restringir-se a viagem a um único autocarro, mas num
formato anual. Se assim for, já para o ano, poderá haver surpresas…
Por último, convém lembrar que o PNV
(Paris Nous Voici) – a par do JIF (Journée Internationale de la Francophonie),
do DELF (Diplôme d´Études en Langue Française) e do SELF (Section Européenne de
Langue Française) – é apenas um dos quatro projetos de Francês do AEAAG,
simbolicamente materializados num trevo de quatro folhas e no slogan “Le
Français est une chance!”. Creio que quem fez esta viagem sentirá e viverá
melhor esta frase, testemunhando que, de facto, no AEAAG, o Francês é uma
sorte!
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