quarta-feira, 16 de agosto de 2017

OFICINA DE ESCRITA 2016/17 (5) Mais lendas inventadas pelos alunos do 10º A

10º A
Textos resultantes da Oficina de Escrita dinamizada por Luís Chaves e promovida pela BMEL em colaboração com a Bibl. Escolar Vergílio Ferreira em março-maio 2017 na ESAAG




Transformação livre de lendas da região da Guarda
Criação livre de frases a partir de colagem de recortes de jornal

Textos do 10º A
Nossa Senhora da Assunção e as chuvas…
Conta-se que há muitos, muitos anos, a cidade da Guarda foi inundada pela água da chuva. Na altura, os habitantes temeram o pior, pois muitas das casas ficaram submersas e outras começaram a desabar.
Em grande agitação e sobressalto, a maioria do povo acorreu à igreja para implorar ajuda e prometeu que, mal acabasse de chover, iriam construir uma catedral no sítio em que as casas ficassem mais submersas e onde houvesse mais danos materiais causados pelos desabamentos e pelas inundações.
Mal a chuva parou, o povo pôs mãos à obra e começou a construir a catedral, a fim de cumprir a promessa feita. No entanto, o local escolhido para a construção da mesma era muito mais fundo do que se pensava, o que impossibilitava a construção. Sendo assim, a catedral foi construída a alguns metros dali.
Após a construção, a santa padroeira da cidade, a Senhora da Assunção, a quem tinha sido pedido auxílio, era encontrada, todas as manhãs, coberta de terra e molhada. Após algum tempo, a população finalmente percebeu o que se passava: a catedral não deveria estar ali, mas sim no local escolhido inicialmente, ou seja, no local mais fundo (daí a terra) e onde a chuva causara mais estragos (daí a água).
Sendo assim, a catedral prometida foi construída nesse local, onde permanece até à atualidade.
Ana Lúcia. Texto a partir da lenda “A Capela de S. Lourenço”.



Conta-se que São Francisco foi ameaçada pela água de um tsunami.
Na altura, os habitantes temeram o pior, pois a água corria a cidade toda em direção ao centro.
Em grande sobressalto, a maioria da população reuniu-se, e foi prometido que no sítio onde a água parasse iria construir-se um hotel para cães. Passadas umas horas, a água acabou por entrar pelo centro adentro.
Volvidos alguns dias, a calma voltou e a população decidiu pôr a sua promessa em prática. Porém, para o sítio onde iria ser construído o hotel, já estava prevista uma estátua em homenagem às vítimas do tsunami, e por isso o hotel teve de ser mudado para umas ruas mais atrás.
Depois de o hotel ser construído, todas as noites havia um acontecimento que deixava os cidadãos de São Francisco boquiabertos: os cães hospedados iam até à estátua e deixavam lá um «presente». 
A situação verificou-se todas as noites e os cidadãos viram-se obrigados a mudar o hotel para o sítio onde tinha sido prometido.
Entretanto, o edifício onde estava antes instalado o hotel passou a ser um centro comercial que apenas vende produtos e serviços para cão.
Inês Silva. Texto a partir da lenda “A Capela de S. Lourenço”.


Conta-se que Coimbra foi ameaçada por um ataque terrorista. Na altura, os habitantes ficaram muito assustados, pois era só tiros por todo o lado!
Em grande sobressalto, a maioria do povo acorreu junto das forças policiais e foi logo construído um abrigo para as crianças e os recém-nascidos.
Os tiroteios acabaram por matar muitas pessoas, antes de chegarem ao abrigo, inclusivamente crianças.
Findo o sobressalto, o povo ficou mais calmo. Mas havia uma grande tristeza: as pessoas tinham perdido muitos dos seus familiares, cerca de um milhão de pessoas morreu. Foi então construído um grande cemitério, no centro de Coimbra, com uma igreja ao lado, que homenageava todas vítimas do atentado.
Depois de erguidos o cemitério e a igreja e colocado um santo no altar, ocorreu um estranho fenómeno, que deixou toda a população boquiaberta. Uma senhora de olhos castanhos, de 56 anos, chamada de S. Jéssica, que padeceu no atentado, "fugia" do cemitério e aparecia no local onde tinha ocorrido o maior número de vítimas. E isto aconteceu tantas vezes que suspeitaram dela. Veio então a descobrir-se que ela era cúmplice no atentado.
Diogo Tavares. Texto a partir da lenda “A Capela de S. Lourenço”.


Conta-se que, há cerca de um mês, no Sabugal, houve uma ameaça de bomba.
No momento, em que a população soube da notícia, todos ficaram aflitos, com o "coração aos saltos", esperavam o terror e pensavam que fosse o fim das suas vidas e da sua terra.
Na localidade, havia uma igreja e uma capela muito bonita e boa para rezar, em todas as ocasiões da vida, e também um castelo de cinco quinas, onde decorreu a Batalha do Gravato.
Rapidamente foram todos para a Igreja rezar a Nossa Senhora da Graça, protetora da aldeia e dos habitantes.
A bomba foi rebolando pelo caminho até que, pouco antes de chegar à capela, explodiu, destruindo-a.
A população ouviu o estrondo e ficou muito assustada. Espontaneamente começaram todos a correr para ver o que se passava. Quando chegaram, viram a capela completamente em cacos. Então, na mesma marcha acelerada, voltaram à Igreja e fizeram uma promessa para que voltassem a ter a capela de novo.
Passados alguns dias, num domingo de manhã, a capela estava novamente no sítio.
Quando acordaram e viram a capela de novo erguida: nem queriam acreditar, tinha acontecido um milagre.
Alice Canaveira. Texto a partir da lenda “A Capela de S. Lourenço”.


Não há muito tempo, vivia em Lisboa um homem rico que tinha uma filha, de nome Estrela, muito dada a redes sociais e a saídas noturnas.
Não será admiração alguma saber-se que havia muitos pretendentes a tentar casar com ela, não que ela fosse psicologicamente interessante, mas pela sua riqueza e popularidade.
Contudo, havia um rapaz que aparentava ser diferente; apesar de ser conhecido na cidade, era reservado e não gostava de sair. Pertencia à classe média, mas o aspeto mais fora do comum era que, apesar de ser um dos rapazes mais charmosos da capital e de ter muitas pretendentes, nunca se tinha interessado por nenhuma rapariga, a não ser pela Estrela. O seu nome era Diego.
Com o passar do tempo, os dois jovens foram conhecendo-se e passados alguns meses iniciaram o namoro.
Com a convivência junto da Estrela e dos seus amigos, Diego acabou por perder o sentimento que tinha por ela, permanecendo, no entanto, a seu lado apenas por interesse.
Passado algum tempo, os negócios da família da Estrela começaram a entrar em colapso, fazendo com que rapidamente se tornasse numa das mais carenciadas da cidade. Com isto, Diego abandonou Estrela.
Desolada, fugiu de todos e foi chorar para o cimo da mais alta serra, a sua homónima, Estrela. Foram tantas as lágrimas vertidas e tantos os gritos que Estrela soltou a chamar por Diego que se formou um muito pequeno fio de água. O fio foi crescendo, à medida que descida vertiginosamente a encosta, até formar um regato, depois um riacho e finalmente um rio.
A história correu aos sete ventos. O rio acabaria por ficar conhecido como Estrela Veloz, o pseudónimo que ela usava nas redes sociais.

Beatriz Neves Ascenção. Texto a partir da lenda “Mon Diego”.

(Frases criativas / colagens de Filipa Santos, Tiago Gonçalves, Rodrigo Bento, Rodrigo Santos, Mariana Robalo, por esta ordem)

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