Como se contrai a hepatite? Através de tatuagens, da partilha de seringas de quem injeta drogas (embora sejam proibidas no Estabelecimento Prisional). Seringas e máquinas de tatuar são utensílios que só devem ser utilizados pelo próprio. Para serem partilhados, devia proceder-se à sua esterilização. Infelizmente, isto não é feito e os reclusos partilham-nos sem terem noção do perigo que correm.
Quanto ao colesterol elevado, que eu próprio já tive, soube que foi provocado pela alimentação, mas graças ao tratamento adequado já está nos níveis normais.
O cancro do pulmão é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, esteja ela dentro ou fora do meio prisional, mas quero realçar que aqui, por causa do vício do tabaco, a população reclusa (isto passa-se comigo) tem possibilidades de o contrair muito mais e daí advirem sérias consequências, como o cancro do pulmão. É claro que também depende do organismo de cada um.
Nos EP, a depressão é das doenças mais recorrentes, visto que a maior parte dos reclusos toma antidepressivos, pelo facto de andarem mais deprimidos, angustiados, stressados… Na maior parte das vezes, isto acontece porque as pessoas não têm apoio familiar, têm penas elevadas, têm situações por definir (recursos, cúmulos jurídicos, etc.), financeiramente estão mal, são desprezadas ou ignoradas por outros reclusos e, consequentemente, começam a isolar-se mais, ficam menos comunicativas e acabam por cair em depressão.
Para um estilo de vida saudável, toda a população reclusa deve:
· fazer a sua higiene diariamente (coisa que muitos não fazem);
· fazer limpeza diária às suas celas;
· tomar a medicação como prescrita;
· fazer uma alimentação equilibrada;
· fazer exercício físico.
Só assim poderemos ter e manter uma saúde de qualidade.
Pedro Pessoa, B3 A1 (Est. Pris. Guarda)
(Imagem: sapo.pt)
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