LUÍS CABRAL O texto que ficou em 3º lugar no Prémio EXPRESSÃO Vox Populi

      Aqui está o texto que ficou em 3º lugar no Prémio EXPRESSÃO Vox Populi 2017/18. Luís Cabral escolheu o tema "Guarda - partir ou ficar". 

TEMA B // Guarda, partir ou ficar

É inquestionável a diferença entre viver em cidades grandes e em cidades pequenas. Em ambas a boa qualidade de vida é alcançável, no entanto, há que ter em conta diversos fatores que podem mudar as escolhas das pessoas, se quisermos saber porque existe um êxodo.

Por mais que nos meios pequenos se viva mais calmamente e com mais segurança e menos criminalidade, há neles obstáculos à prossecução de uma carreira profissional. Nos grandes centros existe um leque mais aberto de opções e oportunidades e, embora haja quem não tenha a progressão como prioridade, não pode negar-se que o homem moderno cada vez mais deseja sucesso financeiro, e é esse desejo que está na base da resposta.

Esta divergência de caráter torna-se evidente ao observar a vida em ambos os meios: nas grandes cidades existe uma vida muito mais atribulada, focada no rendimento, com pouco espaço para descontrair. Verifica-se o oposto nas cidades médias e pequenas, onde a maioria vive mais calmamente e sem tantas preocupações, contudo sem tanta perspetiva para o futuro.

A diferença está aí: quando confrontados com a escolha entre ficar ou sair, os jovens do interior, também eles já homerns modernos, ficam relutantes em manter-se em casa, mas, depois de uma deliberação crítica, a maioria escolhe sair para não sofrer com a hesitação perante o futuro. Numa sociedade capitalista é preciso fazer dinheiro.

E é por isto que há um êxodo nesta sociedade. Sendo que as opções são uma vida calma e uma vida farta, os jovens vão quase sempre escolher dedicar-se de corpo e alma a não passarem a reforma na miséria. As grandes populações metropolitanas permitem até aos jovens ter sucesso com pequenos negócios, negócios esses que iriam falir quase certamente em cidades com poucas pessoas e pouco poder de compra.

É evidente que há diferença entre interior e litoral, o mundo gira à volta do dinheiro e, se não girarmos com ele, vamos ser deixados para trás. Há que evoluir nesse sentido: na impossibilidade de conciliar o melhor dos dois mundos, tiramos proveito daquele que mais proveito nos der.