O sabor de ajudar por gosto,
de Joana Ramos (10º E),
1º lugar do Prémio EXPRESSÃO Vox Populi 2018/19
Atualmente, assistimos a uma série
de projetos desenvolvidos por diversas organizações que visam fomentar o gosto
de ajudar aqueles que nos cercam “apenas porque sim”. Ora, muitas das vezes
encontram-se barreiras a este tipo de ação.
Num Mundo cada vez mais carregado de
expressões como “Não tenho tempo”, “Tenho mais que fazer” ou também “Que
proveito tiro disso?”, as pessoas que ainda praticam atos voluntários para
melhorar a vida de alguém são, de certo modo, “glorificadas”. De facto, estamos
numa era em que a evolução é grande, mas que traz com ela realidades duras.
Cada vez há mais situação de pobreza, pessoas a atravessarem períodos de
solidão (como é o caso dos nossos idosos) e, em contrapartida, há cada vez
menos pessoas dispostas a dispensar algum tempo das suas vidas para darem algum
conforto, alguma palavra amiga às pessoas que tanto sofrem por este mundo fora.
N aminha opinião, ajudar aqueles que precisam sem se estar à espera de algo em
troca é de louvar, numa época de movimentação por interesses. Isto é, vivemos
numa época em que as pessoas agem apenas com o intuito de conseguirem qualquer
recompensa.
Mas será que ajudar os outros não
nos traz algo, ainda que não seja alguma coisa visual ou palpável? Sim, tenho a
certeza que traz! Ajudar, com pequenos ou grandes gestos, aqueles que partilham
o Mundo connosco, dá-nos uma alegria e satisfação pessoal mais valiosas do que
qualquer bem material! Até porque os bens materiais que nos pudessem sere dados
em troca um dia podem desaparecer. Mas os sentimentos, esses perduram dentro de
nós até ao último suspiro. Não há nada mais satisfatório do que ver um sorriso
na cara de alguém e a nossa consciência sussurrar-nos meigamente “Foste tu que
semeaste alegria naquele coração e agora nasceu um sorriso!”. Sentirmos que
fizemos alguém feliz é a maior realização pessoal que podemos ter. É sabermos
que nos tornámos seres humanos solidários e que fugimos da aterradora “praga”
da ambição desenfreada que tem vindo a “contaminar” o nosso globo.
Concluindo, penso que ajudar os
outros através de pequenos gestos (ou grandes, se estiverem ao nosso alcance) é
atingir o auge do que é um bom ser humano. É atingir o “pico” da realização
pessoal!
Parabéns Joana. Um texto simples mas que questiona o essencial: a felicidade não reside na posse de bens materiais mas tem de ser encontrada na dimensão espiritual. Ajudar os outros é uma forma de nos ajudarmos a nós mesmos. Às vezes tudo começa em vencer a resistência de dar o primeiro passo, o que nem sempre é fácil pois tudo à nossa volta nos incita a seguirmos o caminho do ficar parado, confortável, à espera que as coisas aconteçam. Mas a escolha pelo caminho da virtude, em harmonia com a Natureza, com reflexão, amor pela justiça e pela Verdade, usando as palavras certas no momento certo, caminho que tem de ser feito com esforço de vontade, assente numa forma de vida coerente, com permanente atenção às tentações do prazer passageiro, esse é caminho que nos permitirá sentir que vale a pena viver.
ResponderEliminarEspero que este prémio seja um incentivo para a vida plena que eu te desejo.
Luís Queirós, Presidente da Fundação Vox Populi