Não fosse o(a) malfadado(a) COVID-19 e seria hoje o Baile de Finalistas por que muitos
alunos da ESAAG ansiavam. O destino entortou as voltas da valsa que todos
esperavam brilhante, com a noite a durar
até ao nascer do sol. A propósito disso, a Maria (Cândida) Afonso, professora
da ESAAG, publicou no Facebook uma bela crónica dedicada aos seus finalistas (e
aos outros) que hoje estão a pensar porque é que isto lhes teria calhado a eles
e a elas. Diz ela a certo ponto (com a devida vénia):
“Sonhámos muito com a chegada desta
meta. E foi-nos dado o direito de sonhar. Que haveríamos de usar um vestido de
gala e brilharíamos por fora e por dentro. Para nós. Para as nossas famílias. E
diríamos umas às outras – estás tão bonita!
Que um traje desta ou daquela cor, com gravata ou laço a combinar, faria de nós
esbeltos rapazes. Os olhares, mistura de inibição e audácia, de uma rapariga
far-nos-iam esboçar um sorriso. Mas seria na valsa que a magia se transformaria
em veracidade. Uma dança vertiginosa a elevar-nos. Como que a dizermos, com os
corpos e gestos brandos, – somos tão jovens e já sabemos voar.
Mas a vida às vezes veste-se de razões inexplicáveis. Pode ter o dom de desfazer
sonhos. De aniquilar projectos. E eis que uma espécie de revolta nos assalta –
Por que nos matam os sonhos e nos abandonam assim despidos? Olhares de
desalento. Semblantes cerrados. Unhas cravadas na palma das mãos. É injusta a
injustiça.”
Texto completo no Facebook.
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