TEXTOS VENCEDORES PRÉMIO VOX POPULI O texto do 1º lugar, do Rodrigo Pimentel

Rodrigo Pimentel

   
       Como já informámos, o texto vencedor do Prémio EXPRESSÃO Vox Populi 2019/20 é de Rodrigo Pimentel, do 10º D. O texto parte de um dos dois temas propostos, ligado à violência de rua e às manifestações muito abundantes no ano que passou. Parabéns, Rodrigo.

O mundo das discrepâncias

Desde cedo comecei a interessar-me bastante pelo mundo da política (apenas para conhecer os seus objetivos). Tanto na escola como em casa me habituei a ouvir as opiniões dos adultos e a ouvir as suas ideias incompreensíveis. Ideias essas que, agora que as entendo, me parecem horríveis (já um grande escritor o disse). Ser criança e ser jovem é ser capaz de expressar uma opinião ou ideia sem qualquer preconceito ou ideal e avaliar as situações de forma abstrata.

Quanto à política, não fico de todo surpreso que esteja a ocorrer uma emersão de regimes autoritários. Recordo-me perfeitamente da professora de História a explicar-nos com todo o entusiasmo que a emersão de regimes políticos é cíclica e que atualmente os regimes democráticos não dão respostas suficientes aos problemas existentes e que por isso a estrutura social tende a refugiar-se nos regimes autoritários. Regimes esses que, através da opressão, aumentam as receitas do Estado e assim conseguem ultrapassar dificuldades financeiras e monetárias.

-Ó liberdade libertadora, quantos por ti lutaram e quantos por ti sofreram?!

Recuso-me a perder a simples e perfeita liberdade que muitos desejaram e pela qual fecharam uma última vez os olhos, pensando ser possível a concretização do seu inócuo desejo.

Atualmente o poder político num nível global é desvalorizado e pressionado pelas reivindicações da estrutura social. Não posso negar aqueles que se encontram descontentes. Entendo que o descontentamento leva à violência e que a violência gera mais violência e que esta situação acaba, normalmente, com a aplicação de medidas radicais. Como ser racional, também entendo que é desnecessário que estes cenários ocorram e que são perfeitamente evitáveis. Para além do mais, os jovens são o rosto do futuro e é nossa a tarefa de conseguir manter um regime democrático, ao mesmo passo que conseguimos tornar o mundo melhor e mais justo para as classes sociais mais desfavorecidas.

É necessário lutar e, por muito assustador que isto pareça, é preciso tomar medidas. Não é mau ter medo porque é ele que nos ajuda a enfrentar as adversidades e a estar alerta. Em suma, gostaria de dizer que a forma como, atualmente, os problemas são resolvidos não é eficaz e que é fundamental um equilíbrio dos “pratos”. Há que deixar para trás as medidas promissoras e passar à ação.