Seis alunos do 10º B e D leram na Visão a crónica de Ricardo Araújo Pereira "O mundo não quererá fazer o favor de estar quieto?" e resolveram treinar a arte de cronista. Eis as duas últimas crónicas.
O mundo tem sido egoísta e desrespeitador para comigo.
Parece-me que o mundo tem como objetivo destruir-me psicologicamente,
mostrar-me o quanto ingénua e antiquada sou. Vejo-me constantemente a relembrar
o passado e a compará-lo com o presente, levando-me a temer o futuro. Faz-me
questionar se nasci na época certa. O mundo está a evoluir a um grande passo.
Não consigo acompanhar este seu súbito crescimento.
Ultimamente, as tecnologias são o que me está a preocupar.
Ainda em 2010 o meu sonho era, quando pudesse ter um telemóvel, que este fosse
cor de rosa, de teclas, que abrisse e fechasse. Até os meus sonhos foram
atingidos pela inquietação do mundo.
Em menos de 20 anos, as ruas deixaram de ter o som das
crianças a brincar, dando lugar ao som dos motores; os gritos dos pais a
chamá-los para eles irem para casa passaram a ser para os mandar sair. Não sei
se estou preparada para estas mudanças que dão, cada vez mais, sinais de virem
a ser ainda mais agressivas. Será que é possível puxar esta série uns anos
atrás? Logo veremos.
Agora só me resta
fazer como antigamente, assinar um tratado com o mundo.
Com um dos membros da família Vírus
que ameaça o ser humano e faz com que este receie pela sua vida, todos nós
devíamos preocupar-nos com ficar quietos, para deixar trabalhar aqueles que têm
a tarefa mais difícil, as autoridades de saúde.
Com o estado de emergência já
terminado em alguns dos países, como Itália, a verdade é que os italianos já
não estão a cumprir a quarentena e já exageram na quantidade de pessoas na rua.
Acho que é claro que a obediência dos
chineses foi crucial na diminuição da propagação do Coronavírus; mas, por outro
lado, em Itália e noutros países, a falta de obediência ou ingenuidade do
governo, ao dizer que as máscaras não eram importantes para combater o Covid-19,
foi o que os levou ao aumento cada vez mais significativo de mortes e de casos
de infeção.
Será que o mundo não percebe que é
crucial ficarmos quietos? Para termos a nossa vida de volta, devemos dar o
nosso contributo; no entanto, olho para a rua e vejo que continuam a “brincar”.
É importante que haja otimismo para
podermos manter a nossa sanidade mental e para que, no fim, possamos valorizar
as coisas e nos reorganizemos enquanto sociedade.
Gabriel Lucas, 10ºB
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