Terça-feira, 12 de maio de 2020
Há alguns dias comecei a ler a obra “O Anjo Branco”,
romance histórico de José Rodrigues dos Santos publicado em 2010, e, para já, a
leitura tem sido muito interessante.
Logo de início esta obra atrai o leitor face à
marcante descrição do nascimento da personagem principal, José Branco, e às
fortes expressões utilizadas para descrever os “atributos masculinos” do mesmo.
Ao longo da primeira parte desta obra, intitulada de
“O Paraíso”, passamos a conhecer a infância de José Branco e o meio envolvente.
De início pensei que a descrição da infância da personagem principal fosse
tornar a leitura um pouco cansativa, como aconteceu em várias obras que li,
contudo acabou por torná-la ainda mais cativante visto que mostra como era
viver em Portugal, na Metrópole, antes dos anos sessenta – expõe as regras
impostas à sociedade pelo regime vigente, a importância da religião cristã, a
hierarquia familiar…
Uma das personagens que mais me agradou foi o pai de
José Branco, que, ao contrário do modelo de chefe de família estipulado pela
sociedade na sua altura – rígido, severo, figura de respeito –, quando se
tratava da educação dos filhos revelava-se um homem mais moderno: substituía os
castigos por conversas sérias e construtivas caso fizessem algo menos correto,
dando sempre a oportunidade de se justificarem.
Está a ser uma leitura fácil e agradável, e espero que
assim o continue a ser.
Terminei de ler a 2ª e 3ª parte da
obra “O Anjo Branco”, intituladas de “Purgatório” e “Inferno”, respetivamente,
completando assim a minha leitura.
No geral fiquei bastante satisfeita,
sendo que a história apresentada se baseia numa história verídica – a vida do
pai do autor desta obra.
Nunca tinha lido uma obra que
abordasse a guerra colonial, e revelou-se muito agradável. A última parte, na
minha opinião, foi a melhor – a descrição da brutalidade e dos massacres sofridos
pelas populações indígenas, a descrição do “outro lado da história”,
cativou-me.
Gostei muito do facto de esta
apresentar uma forte crítica à colonização, e elogiar a personagem principal
que, apesar dos subornos e chantagens, sempre se manteve fiel aos seus valores
e tentou sempre ajudar os que não dispunham de um serviço médico de qualidade
através do Serviço Médico Aéreo.
Apesar de ser um livro um pouco longo
(cerca de 700 páginas), manteve-me sempre “presa” ao longo da leitura.
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