Os alunos do 10º B e D aceitaram escrever sobre aquilo que levaria hoje em Portugal a uma nova epopeia. Ora leiam o terceiro texto, da Margarida Mendes.
A liberdade
Nos
últimos séculos, muitos têm sido os grandes e gloriosos feitos dos portugueses;
mas há um que, na minha opinião, é um dos mais importantes, uma vez que
representa um grande marco na história de Portugal, porque veio alterar o nosso
país por completo: o dia que levou à liberdade de uma nação.
Frequentemente,
ouço os meus avós comentar que, na madrugada do 25 de Abril de 1974, quando
acordaram e ligaram o rádio, perceberam que aquele era o primeiro dia da sua
nova vida. Antes deste acontecimento, não havia liberdade de expressão, não se podendo
falar mal do governo, nem dar uma opinião contrária; músicas, notícias, livros
e desenhos tinham que passar pelo rigoroso lápis azul; os rapazes e as
raparigas não podiam andar juntos e eram obrigados a usar fardas; nem todos
tinham o direito ao voto (no caso das mulheres, só o poderiam fazer cumprindo
regras específicas); não podia haver grupos de mais de três pessoas nas
ruas. Assim, este golpe militar mudou
drasticamente a sociedade e o Estado.
Uma
das razões pelas quais dou mais valor a este dia é pelo facto de se ter tratado
de uma revolução diferente de todas as outras, pois ocorreu de uma forma
pacífica, demonstrando, deste modo, os grandes valores dos portugueses. No
entanto, creio que a liberdade de que hoje usufruimos nunca foi tão valorizada
como nos últimos dias, uma vez que, de um momento para o outro, fomos privados
de sair de casa e de fazer a nossa rotina.
Na
minha opinião, por causas diferentes, estamos a sentir aquilo a que, naquela
época de privações e obrigações, as nossas famílias estavam sujeitas.
Margarida
Mendes, 10ºB
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