As Orientações que em julho as escolas
receberam do Ministério da Educação para o que se chamou de Recuperação e
Consolidação das Aprendizagens vão ter agora o seu teste de fogo nos primeiros
dias de setembro com a preparação por cada Escola de um Plano de Atuação. Após
um período de confinamento que terá deixado muitos alunos “para trás”, trata-se
agora de identificar por parte dos departamentos e turmas as aprendizagens
estruturantes que em cada disciplina convirá reforçar nas primeiras semanas e
ao mesmo tempo clarificar uma estratégia para um ano em que eventualmente o
regime presencial irá alternando com o regime misto e o não-presencial.
As Orientações preveem no início do ano
letivo um período de recriação de laços quebrados por seis meses de ausência na
maior parte dos casos (desde 13 de março). Várias atividades podem quebrar o
gelo entretanto criado e recriar o ambiente anterior de aprendizagem, após o
que se devem iniciar as atividades letivas integrando as atividades de
recuperação mais úteis e estruturantes para as aprendizagens futuras nas primeiras cinco semanas.
O Plano de Atuação do Agrupamento
ou Escola deve ter em conta esse esforço de “acolher” de novo, identificar os
impedimentos de progressão, ter em conta os condicionalismos à aprendizagem da
atual situação, mobilizar a escola, selecionar o que é estruturante, favorecer
abordagens interdisciplinares, não padronizar / adaptar às necessidades
individuais dos alunos, diagnosticar as competências digitais dos alunos que
estiveram à prova até 26 de junho.
O Documento das Orientações propõe
também que o Plano de Atuação faça uma análise das competências do perfil dos
Alunos mais importantes para cada ano ou ciclo nas atuais condições, prevendo
atividades para promover exposição de produções textuais dos alunos a partir
das suas experiências pessoais na pandemia; atividades à volta do bem-estar e
da saúde, do cuidar de si próprio e do ambiente, da participação em sociedade;
atividades em formato colaborativo para melhor relacionamento interpessoal;
atividades para acionar espírito crítico e criativo, desenvolvimento de projetos
com sentido no atual contexto. Finalmente põe-se a tónica no feedback constante
e sistemático dos alunos quanto ao seu desempenho, salientando-se nos
“percursos individuais de aprendizagem” os momentos de “ponto da situação”.
Tudo isto parte sempre da ideia de
que o regime presencial, a vigorar em princípio a partir do dia 17 de setembro
no AEAAG, poderá alternar ao longo do ano com o regime misto e não presencial.
Conforme o regime, a aprendizagem em presença fica substituída (parcialmente) pelo
trabalho autónomo e pelas atividades síncronas.
A Biblioteca Escolar pode ganhar
aqui um maior protagonismo – refere o documento – para apoiar atividades dos
Departamentos e turmas, no sentido de mobilizar recursos e encontrar
estratégias diferentes de aprender; de encontrar fórmulas de trabalho
colaborativo com os docentes; de recorrer a “metodologias ativas” e “temas da
atualidade”; de desenvolver a literacia da informação e dos media; de levar os
jovens a trabalhar melhor nos diversos ambientes mediáticos; de fazer propostas
de trabalho para redução das desigualdades no acesso a soluções para as
aprendizagens não realizadas; de lançar iniciativas para desenvolvimento das
competências de leitura e escrita; de captar o gosto dos alunos pelas
manifestações culturais da humanidade nas vertentes da cultura, da arte e do
património; de formar alunos e professores para o uso dos meios tecnológicos e
das ferramentas tecnológicas mais adequadas para pesquisar e divulgar informação;
de assegurar um conjunto de recursos digitais “relevante” para apoio às
aprendizagens. Preveem-se assim atividades articuladas entre a BE e a sala de
aula, atividades com as famílias e atividades de apoio à área da cidadania.
Finalmente as Orientações assinalam os
papéis dos tutores e mentores no novo ano e da EMAEI (Equipa Multidisciplinar
de Apoio à Inclusão). Havemos de voltar a estes no Blogue EXPRESSÃO nas
próximas semanas. Veja as Orientações com exemplos aqui.
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