quinta-feira, 7 de outubro de 2021

FÁBULAS EM OUTUBRO (1) As Fábulas de Esopo

 

No MIBE (Mês Internacional das Bibliotecas Escolares) as Bibliotecas do AEAAG põem o foco nos contos tradicionais, contos de fadas e fábulas. Nesta rubrica, com a colaboração da BE Vergílio Ferreira, vamos chamar aqui a atenção para as fábulas ao longo dos tempos, mais ou menos convencionais. Começamos pelas de Esopo.

Esopo foi filho de escravo na Grécia Antiga, tendo vivido nos sécs. VII-VI a.C. Era um grande contador de histórias com animais personificados, tendo sido autor de histórias conhecidas de todos nós como A Raposa e as Uvas, A Cigarra e a Formiga, A Tartaruga e a Lebre, O Lobo e o Cordeiro, entre outras, que continuam a formar as mentes de muitas crianças e adultos com as suas lições de moral e de bom-senso.

La Fontaine dizia sobre Esopo: "Acho que deveríamos colocar Esopo entre os grandes sábios de que a Grécia se orgulha, ele que ensinava a verdadeira sabedoria, e que a ensinava com muito mais arte do que os que usam regras e definições". Aqui fica uma destas histórias, retirada duma edição de 115 fábulas traduzidas por Carlos Pinheiro:

O Lobo e o Grou

Estava um Lobo a comer carne quando se lhe atravessou um osso na garganta, que o sufocava. Estando nesta aflição, pediu ao Grou que lhe valesse e que com o seu pescoço comprido lhe tirasse o osso da garganta e que seria recompensado. O Grou assim fez e tirou-lhe o osso. Estando livre o Lobo, pediu-lhe então o Grou uma parte do muito que antes lhe oferecera. Porém o Lobo respondeu-lhe:

— Ó ingrato! Não te agradeci já o bastante por te ter deixado meter a cabeça dentro na minha boca, onde facilmente poderia apertar os dentes e matar-te? Não me peças paga, pois tu é que me deves favor, e bem ingrato és em não reconheceres tão grande benefício.

Calou-se o Grou, e ficou muito arrependido do que fizera, dizendo:

— Nunca mais por gente ruim meterei a cabeça e a vida em semelhante perigo.

MORAL DA HISTÓRIA:

Benefícios feitos a gente perdida são benefícios perdidos, e podem contar-se por malefícios quando puramente não se fazem por amor de Deus, que todos os bens tem o cuidado de pagar. A homem desagradecido, quanto fazeis por ele tudo perdeis, e às vezes com palavras vos carrega, mostrando que sois vós o devedor, como este nosso Lobo fazia.

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