“Mobilidade sobre Rodas” foi o tema para um
debate, organizado pela CERCI Guarda, que teve lugar no auditório do Instituto
Politécnico, no passado dia 18 de maio. O objetivo era sensibilizar a
comunidade local para as barreiras que as pessoas com dificuldades motoras
encontram na cidade da Guarda, bem como apontar alguns caminhos que possam
contribuir para a inclusão de todos. A mesa foi composta pelo moderador, Luís Baptista-Martins, diretor do Jornal O Interior, Amélia Fernandes, vice-presidente
da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Brigas, presidente do
IPG, a Paula Machado, responsável da CERCI Guarda e Fernando
Correia, utente da CERCI e mentor da iniciativa. Entre os convidados e oradores
estiveram presentes alunos e professores do IPG, utentes e funcionários da
CERCIG e alunos e professores da Escola Secundária Afonso de Albuquerque,
nomeadamente a turma do 10.º G, no âmbito da área disciplinar de Cidadania e
Desenvolvimento.
Entre os oradores salientam-se as
intervenções das alunas Gabriela Rocha, da turma do 10.º G, e a Ana Carolina
Silva, da turma do 7.º H, do nosso agrupamento de escolas, que falaram da sua
experiência pessoal. Neste âmbito, a Gabriela enumerou as muitas barreiras
físicas com que diariamente se debate ao deslocar-se em cadeira de rodas na
cidade e que a impedem de usufruir de muitos espaços públicos que deveriam ser
para todos. Referiu que há edifícios públicos que ainda não estão adaptados
para pessoas como ela, dando como exemplo o edifício do IPDJ. No que se refere
à escola frisou que, embora esteja dotada de equipamentos e infraestruturas,
ainda há pequenas melhorias que podem ser realizadas em termos de
acessibilidade a alguns espaços específicos, como por exemplo às salas de informática.
Já fora da escola, a vida complica-se mais. Sempre que quer confraternizar com
os colegas (ir a um bar ou restaurante ou só mesmo até ao jardim, por exemplo)
tem de contar com a boa vontade dos colegas para a ajudarem. Quase sempre,
hesita e sente-se um “fardo” para eles sempre que aceita ir com os colegas a
algum lado.
A solidariedade esteve sempre
presente no discurso da maioria das intervenções, tendo-se concluído que
ninguém deveria ser obrigado a agradecer para entrar em espaços que são de e
para todos! Ainda há muito para fazer na cidade da Guarda nesse sentido. Da
Câmara, ficou a certeza de uma reflexão mais profunda sobre este tema em todas
as intervenções e obras da sua responsabilidade para melhorar as
acessibilidades. Do Politécnico a garantia de afetação dos seus recursos
humanos e técnicos sempre que solicitados para contribuir para a melhoria da
vida destes cidadãos.
Ficou, ainda, bem evidente que este
tema requer máxima atenção de todos. Afinal, qualquer um de nós pode, em
qualquer instante da vida, ver-se condicionado em termos de mobilidade,
conforme as palavras emocionadas do moderador, ao falar de si próprio.
A turma do 10.ºG do AEAAG
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