Que andas a ler? Que andas a ler?
Responde a professora de História da ESAAG Maria Cândida Afonso:
Terminei de reler O
Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde (Ed. Relógio d'Água). Um livro que li há muitos anos
e com o qual me deparei na estante. As páginas já amarelecidas não impediram
que a leitura me trouxesse de novo a impressionante escrita de Oscar Wilde,
assim como a perturbante história de Dorian Gray e do seu retrato pintado por Basil
Hallward, um artista que se deixou impressionar pela beleza de Dorian,
acreditando que essa mesma beleza será a responsável pela nova modalidade na
sua arte como pintor. Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, acabando
por se deixar seduzir pela visão do mundo hedonista do aristocrata. Passa a
acreditar que a beleza e a satisfação sensual são as únicas coisas que valem a
pena perseguir na vida. Dorian sabe que a sua beleza desaparecerá e acaba por
fazer uma espécie de pacto com o próprio retrato – envelhecendo este e
mantendo-se sempre jovem e belo Dorian. Há em Dorian Gray uma duplicidade moral
e uma autoindulgência que seduz e choca a sociedade vitoriana da época. O resto
da narrativa será melhor lerem. Acreditem que não se vão arrepender.
Por esse motivo
acrescento o livro que estou a iniciar: A Angústia da Influência, Uma
Teoria da Poesia, de Harold Bloom (Ed. 70). Como resumo: “todo o novo poeta é
uma reação aos poetas que o precederam (…) Bloom apresenta a sua visão original
das relações entre a tradição e o artista individual. Escrito num estilo
pessoal e comovente, ancorado em exemplos concretos, o livro de Bloom sustenta
que a angústia da influência não pode ser evitada nem por poetas nem por
leitores ou críticos responsáveis.".
Maria Cândida Afonso
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.