“Sabemos muito mais do que
julgamos, podemos muito mais do que imaginamos.”
- José Saramago
Quando se levanta esta frase do célebre autor de “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, põe-se em causa uma questão bastante filosófica, há muito questionada por ele. Será mesmo que podemos levar o nosso conhecimento para além do que julgamos saber?
Saramago coloca esta questão, precisamente, no seu famoso texto “Carta para Josefa, minha avó”. Nela, o premiado com o Nobel de 1998 exalta a sua avó, mesmo sem ela perceber de artes, literatura, economia ou filosofia. Exalta a sua avó no sentido em que ela sabe muito mais do que nós imaginamos. A sua avó não aprendeu o que é a vida na escola, mas aprendeu o que é a vida com a vida. Passando fome, vivendo ruralmente, a “avó Josefa” ensinou aos seus descendentes, apesar de nunca ter recebido uma educação em condições. Saramago não fazia ideia de que a avó sabia tanto, que só vem comprovar o que é dito na primeira parte da frase.
Na
segunda parte da frase, o escritor de “O Ano da Morte de Ricardo Reis” faz o
seguimento do que foi dito na primeira. Levar o ser humano aos limites físicos,
psicológicos e emocionais é sempre uma ótima problemática. Na minha opinião,
acho que transportar o ser humano para além dos seus limites é uma excelente
maneira de nos conhecermos a nós próprios. Para isso, temos de correr riscos.
Eu posso, por exemplo, morrer de medo de saltar de parapente, ou apenas julgar
isso. Posso ter uma experiência fantástica, se apenas arriscar. Isto aplica-se
a qualquer coisa na vida, não só a desportos radicais. Empregos novos, viagens,
entre outras são coisas na vida que só saberemos se gostamos, quando a
experimentamos.
Em
suma, com esta frase, Saramago mostra, mais uma vez, que é necessário assumir
várias perspetivas da vida.
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