terça-feira, 24 de março de 2015

21 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA POESIA Bárbara Ferreira, ex-aluna da ESAAG, escreve sobre a sua poesia


Sou uma ex-aluna da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, onde estudei durante 6 anos, do 7º ao 12º ano. Fiz o curso de Medicina na Faculdade de Medicina de Coimbra e estou agora a fazer a especialidade de Dermatologia no Hospital da Universidade de Coimbra. A par da arte de exercer Medicina, mantenho desde sempre também um fascínio pela Língua Portuguesa e pela arte de escrever. Publiquei o meu primeiro livro em 2011, “Voando com as minhas Asas-Diálogos entre a Filosofia e a Ciência”, que comecei a escrever quando ainda era aluna do Liceu, procurando pela Filosofia as respostas ao eterno mistério das perguntas que se soltam das fronteiras da Ciência. Pela escrita eternizo os meus pensamentos, o pormenor do meu dia a dia, as experiências mais marcantes e aprisiono, assim, o meu tempo.
Neste dia 21 de Março de 2015, em que se assinala o Dia Mundial da Poesia, escrevo-vos também para partilhar duas das mais recentes antologias de Poesia Portuguesa Contemporânea, “Enigmas”, da Editora Sinapis, e “Entre o Sono e o Sonho”, da Chiado Editora. Ao reunirem múltiplas vozes da poesia portuguesa contemporânea representam sem dúvida uma forte homenagem à Poesia. É com gosto que partilho dois dos meus poemas, “Aves” e “O campo e a cidade”, com todos os que também se identificam com esta arte de expressão que é a poesia. A emoção despertada por um acontecimento ou um lugar especial perdura pela magia das palavras. É assim que sinto a Poesia. Tem esse dom. Gostaria de agradecer, por fim, ao Blogue EXPRESSÃO o convite para escrever sobre a escrita e a Poesia.
 Bárbara Ferreira
  O campo e a cidade
 Neste caminho que percorro
No conforto do rio, remando
Abraçada pelos campos
Deixo a confusão, a tempestade
Da multidão, da cidade
Sigo nesta água calma
E preencho o vazio da alma.

Agora sonho, não corro
Avanço sem esforço
Com a força da vontade
Do mistério, da felicidade
Deste silêncio tão sereno
Que leva um segredo
Para a eternidade.
  
  AVES 
Cantam como ninguém
Voando livremente
Num repente estão além
À procura, como a mente
Porque têm asas
Longe a solidão de quem só
Nas suas casas habita
Longe a clausura corpórea
A escuridão, a falsa história
Em que a gente acredita
Sem poder ver outra vida
Sem ter realmente outra saída

Assim, ó aves, esse canto é só vosso
Vibrando no ar com alegria
Sim, há razão para essa melodia
Observar em pleno o nosso lar
Este pequeno canto
Perdidos nós, sós, sem notar
Com nada, a felicidade esquecida
E na curta caminhada da vida
Cada meta, cada luta perdida
A ansiedade, a nossa dor
Ler na verdade o seu valor
Numa perspetiva completa


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