LEITURA E ESTUDO



Feira do Livro de Auxiliares de Ensino
de 11 a 22 de março de 2019
ESAAG e Esc. Santa Clara

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Escola Secundária Afonso de Albuquerque
Biblioteca Escolar Vergílio Ferreira

Como promover a leitura e o estudo na família
DICAS PARA OS PAIS
15 PERGUNTAS, 15 RESPOSTAS
janeiro 2017


1)Porque é importante promover a leitura e o estudo na família?
A leitura é o meio privilegiado na escola no acesso ao conhecimento, sendo por isso fundamental dominar as capacidades de compreensão e interpretação de textos. Os textos oferecem sempre resistências e obstáculos mas são estas e estes que criam “bons leitores”.
Sem a colaboração da família ou com a sua passividade, o aluno não leva a sério e acaba por não concretizar muitas das recomendações que os professores transmitem de forma a melhorar a capacidade de ler dos alunos. É por isso importante que os pais coadjuvem os professores, de forma que o ambiente familiar favoreça a leitura e, no caso do estudo, crie as condições necessárias para que este tenha rendimento.
Tanto no que respeita à leitura como ao estudo, uma grande concorrência está a ter lugar por parte da Internet e das redes sociais, que açambarcam o tempo livre dos alunos e os indispõem para a adoção de atitudes de aplicação e persistência quando fazem leituras de médio ou longo alcance ou quando estudam, atividades que não geram tanto prazer como a Internet. A experiência dos professores e os inquéritos feitos revelam por exemplo que os alunos boicotam na sua maioria a leitura integral das obras, tal como é pedido pelos currículos.

2)Leitura e estudo são atividades semelhantes?
Quando falamos de leitura, falamos de descodificação de textos com a sua compreensão e consequente interpretação, que alarga o âmbito da compreensão, estabelecendo inferências e conexões. Em grande parte deste texto vamos referir o termo “leitura” como leitura extensiva para fins simultaneamente recreativos e curriculares lidando com textos ou obras de tamanhos variados para reflexão e análise.
Quando falamos de estudo, trata-se de um conjunto de estratégias (das quais a mais importante é a leitura) que levam a que o aluno apreenda os conhecimentos dos programas, os consolide com alguma memorização, os aplique em seguida e seja depois capaz de os repor em situação de avaliação.
Muitas vezes o aluno foge da leitura porque associa a leitura ao trabalho escolar que é construído a partir da leitura, frequentemente com resultados que não são motivadores para esta tarefa. Sendo também a adolescência uma idade de rejeição dos pais e da própria escola, temos a consciência de que muitas vezes é difícil intervir e obter bons resultados com os nossos estímulos. Mas não podemos ficar parados.

3)E a leitura recreativa em que consiste?
Trata-se de um tipo de leitura que parte dos interesses dos alunos e que, conseguindo uma compensação emocional (o prazer de ler), leva os jovens a verem-se refletidos nessas leituras e também ao mundo em que vivem. Este tipo de leituras, embora não seja obrigatório na maior parte das disciplinas, consolida a capacidade de descodificar, interioriza valores e dá aos leitores mais ferramentas para intervir na sociedade e na escola, relacionando os conteúdos formais do currículo com a sua realização na vida e no mundo, relação que o aluno nem sempre vislumbra quando trabalha os conteúdos programáticos em cada disciplina.

4)É o texto literário que está no centro da leitura recreativa?
Sim, mas não exclusivamente. Quando os alunos estudam em Português os mecanismos do texto literário, aprendem que este é o texto mais rico e mais complexo, aplicando os mecanismos de linguagem que permitem os mais diversos efeitos no texto e realizando uma visão da vida não necessariamente ligada ao utilitarismo e ao carácter prático da vida. Ler um romance ou um conjunto de poemas pode dar um prazer dificilmente quantificável, ajudando a formar e a educar para a beleza, a diversidade do mundo e as filosofias de vida a ele associados. A leitura literária, reflexiva e contemplativa é a única que nunca esqueceremos completamente.
No entanto, atualmente há muitas obras de divulgação científica editadas com o fim de vulgarizar os conhecimentos científicos, traduzindo-os numa linguagem acessível e atraente para o grande público. Embora em muitos casos não se divulguem nessas obras olhares subjetivos sobre o mundo ou visões da vida que ajudem a entender a sua complexidade, no âmbito particular de algumas disciplinas essas obras fazem luz e mostram a ligação das disciplinas ou dos seus conteúdos com o mundo atual e a prática das pessoas. Nunca como hoje se fez tanta divulgação científica para um vasto público.

5)E no que respeita ao estudo, que aspetos são de valorizar?
O estudo é uma estratégia de aprendizagem que obriga a certos processos sem os quais a aprendizagem não resulta ou é rapidamente esquecida, não sendo depois reposta adequadamente nos momentos de avaliação. A aprendizagem tem de ser organizada, feita de modo ativo, nomeadamente através do envolvimento pessoal, da interação e da aplicação e adequada aos ritmos pessoais. É extremamente importante estabelecer desafios pessoais, limitar a desconcentração, organizar o estudo em períodos de tempo razoáveis e adequados à resistência pessoal, verbalizar e escrever ao estudar. Numa fase mais desenvolvida da aprendizagem dos conteúdos, convém relacioná-los através de esquemas e mapas de conceitos. Ao longo da aprendizagem e no seu final, impõe-se testar a aprendizagem feita com exercícios e testes.

6)Que obras têm os alunos de ler durante o 3º ciclo?
No âmbito de cada disciplina haverá obras literárias, de divulgação científica ou em língua estrangeira adequadas ao desenvolvimento dos conteúdos do programa. Em Português, as Metas Curriculares do domínio da Educação Literária estabelecidas em 2012 elencam um conjunto de leituras com um número mínimo de obras ou textos para analisar ao longo do ano em trabalho da disciplina. Algumas dessas obras ou textos são analisadas em trabalho coletivo na aula (várias delas constam mesmo dos manuais de que os alunos dispõem), outras são sugeridas para leitura recreativa, somando-se assim às listas do Plano Nacional de Leitura que elencam um conjunto volumoso de obras para escolha tanto no campo do texto literário como de divulgação científica. As obras das Metas Curriculares e as listas do PNL podem ser consultadas nos sites da DGE e do PNL.

7) Que obras têm os alunos de ler no Ensino Secundário?
Os programas de Português incluem um conjunto de obras no domínio da Educação Literária que reservam para si uma boa parte dos tempos letivos, algumas em leitura integral, outras em leitura parcial. Dentro desta disciplina há ainda o Projeto de Leitura que obriga os jovens a ler em cada ano uma ou duas obras a partir de uma lista que o programa determina e que põe o aluno em contacto com obras da mesma época das outras que o aluno analisa na aula ou que põe o aluno “em diálogo” com a mesma temática em outras épocas.
Nas outras disciplinas, o programa de Filosofia sugere um conjunto de leituras (algumas mais de divulgação, outras de âmbito literário) que ajudam a reforçar os conteúdos aprendidos ao longo do ano. Nas línguas estrangeiras são também sugeridas ou prescritas obras que ajudam o aluno a defrontar-se com a dificuldade de ler um livro em língua estrangeira.

8) E a leitura dos media, que lugar tem no currículo?
Os media são essenciais hoje para compreender o mundo. Há um conjunto de textos de apoio em cada disciplina que são retirados de órgãos de informação e tornam assim mais simples aquilo que pareceria destinado a especialistas. Também no âmbito das bibliotecas escolares a literacia dos media é uma das competências essenciais. É por isso essencial que os jovens tenham hoje acesso aos meios de comunicação social seja em suporte de papel seja pela Internet. A curiosidade não faz mal a ninguém e o conhecimento do que se passa no mundo nas mais diversas áreas cruza-se bastas vezes com as aquisições em aula. O contacto com os media contribui também para a distinção entre essencial e acessório e ajuda a desenvolver o espírito crítico e a defender as próprias posições pessoais, motivando ao debate e à participação. Leva também ao contacto com uma diversidade enorme de textos, já que os media são em geral mosaicos de textos compósitos e variados, como o mundo que eles espelham.

9) O uso da Internet tem efeitos positivos ou negativos sobre a leitura?
O uso equilibrado da Internet tem efeitos positivos e conjuga-se com a leitura em suporte de papel, sendo em ambos os casos a leitura a estratégia de acesso ao real. Acontece no entanto que na maioria das vezes a Internet não é utilizada para fins de estudo e sim para fins lúdicos e de entretenimento. Mesmo quando o leitor está a pesquisar e a investigar um determinado assunto, a força pulverizadora da Internet leva a que se esteja a saltitar de assunto para assunto, de site para site, de link para link, muitas vezes acedendo simultaneamente a vários sites. Acontece que raramente conseguimos ler um texto de mais que meia dúzia de linhas na Internet porque após essas linhas temos a tentação de passar para outra coisa sem acabar um raciocínio ou compreender a totalidade de uma explicação.
A Internet é extraordinária para nós pesquisarmos, procurarmos informação, encontrarmos ligações e relacionarmos conceitos. Não permite no entanto a leitura lenta, reflexiva e contemplativa, o que é o seu principal handicap, porque não permite que paremos e aprofundemos uma matéria, estando continuamente a convidar-nos a saltar para outro assunto.

10) A vida social e cultural do meio em que se vive é importante para a aprendizagem?
Os alunos que cti e que são capazes de aprofundar conhecimentos são quase sempre os que frequentam instituições locais de aprofundamento de aptidões artísticas, desportivas ou científicas. É pois importante que o aluno não se feche na instituição “escola” e que participe à sua maneira em iniciativas e formações do seu meio. Na Guarda, a Câmara Municipal desenvolve atividades diversas no Teatro Municipal da Guarda, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, no Museu e no Paço da Cultura, nas Piscinas Municipais. Outras associações privadas desenvolvem cursos, formações e atividades recreativas. De igual modo a ESAAG tem ao seu dispor atividades de clubes nas áreas do jornalismo, da fotografia, vídeo e multimédia, do desporto, do teatro, etc. Raramente estas ocupações dos alunos colidem com o tempo para estudo: é sempre possível ocupar algum tempo construtivamente sem prejuízo do tempo para estudo.

11) Que lugar tem a Biblioteca Escolar na aprendizagem dos alunos?
A Biblioteca Escolar (BE) é uma estrutura que tem atualmente a ambição de ser, para além de repositório de livros, um lugar de apoio ao estudo e à execução de trabalhos escolares e um lugar de formação e desenvolvimento de três capacidades:
literacia da leitura,
literacia dos media e
literacia da informação.
Através do professor bibliotecário (PB) e dos assistentes operacionais aí presentes a partir das 8h25 e até às 16h55, a BE acolhe os alunos para estudo, faz o empréstimo de livros, orienta os alunos na melhor condução de trabalhos de pesquisa e aconselha estratégias de leitura. Paralelamente o PB desenvolve, em proximidade às turmas e em articulação com os departamentos curriculares, sessões sobre as mais diversas temáticas no âmbito daquelas três literacias. Faz também, como nos passados meses de outubro-novembro, sessões para pais.

12) No que respeita à promoção da leitura em casa, o que podem fazer os pais?
Podem em primeiro lugar dar o exemplo. Se os pais forem leitores de livros, jornais ou revistas, será mais provável que os filhos sejam bons leitores. Se um dos dois pais ou ambos desprezarem a leitura ou a desvalorizarem nas suas conversas, não encorajarão atitudes positivas no jovem. A mesma coisa relativamente às atividades culturais do jovem, que devem ser estimuladas.
Por outro lado, os pais devem estar informados do que os alunos têm de fazer no cumprimento das suas tarefas diárias e a médio e longo prazo. Acontece por vezes que os alunos têm trabalhos a fazer no prazo de um ou dois meses e vão deixando passar o tempo ou desistem de uma leitura sem que os pais se apercebam disso e possam intervir. Isto é válido para os chamados TPC (Trabalhos para casa) ou para trabalhos de pesquisa, apresentações a partir de obras, etc.
Um outro aspeto é o acompanhamento das leituras dos filhos. Uma atividade interessante é o interpelar dos filhos através da leitura dos mesmos livros por parte dos pais. Nem sempre isso é possível, mas essa leitura “a dois” em momentos próximos pode proporcionar o aprofundamento das leituras e motivar a comunicação entre gerações diferentes com visões necessariamente diferentes sobre os mesmos assuntos.

13) Como se pode criar um bom ambiente de leitura e estudo em casa?
O bom ambiente não é suficiente para fazer um bom leitor mas ajuda muito. Dentro do possível o lugar deve ser reservado mas não tanto que o pai ou mãe fique sem possibilidade de controlo da atividade de leitura ou estudo e o aluno completamente entregue a si mesmo. Por outro lado, quando se pede estudo ou leitura extensiva de texto, a concentração não se compadece com SMS a cada minuto ou com a página do Facebook aberta e pronta a ser respondida a cada momento. O melhor é fazer ver ao aluno que pode fazer períodos por exemplo de 30 minutos sem distrações (portanto sem telemóvel e Internet), interrompendo a seguir para uma pequena pausa com os contactos que ele quiser. A mesma coisa com a música, que pode ser inspiradora e desbloqueadora (se calma) ou dispersante (se ela distrair em vez de concentrar). É normal o aluno sentir um pouquinho de aborrecimento no princípio para se capacitar em seguida de que o esforço de concentração é compensador.

14) E a escrita é importante para a leitura e o estudo?
A escrita é tão importante para a leitura como para o estudo: anotando, resumindo, inventando perguntas, respondendo a exercícios, reportando as impressões de leitura, assinalando ao lado os conteúdos em que as dúvidas aparecem.
No estudo, escrever sobre o que se aprendeu é fazer duas vezes a aprendizagem, replicando aquilo que se ouviu ou leu. Responder a perguntas é testar o tipo de questões previsíveis nos momentos de avaliação futuros. Anotar é fazer um trabalho de síntese do que se leu ou ouviu. Sublinhar é dobrar a assimilação do conteúdo que se está a destacar, realçando também o essencial e separando-o do menos essencial. Visualizar o que se aprende e verbalizar em voz alta são também estratégias importantes para aumentar a retenção dos conteúdos importantes. O aluno pode também estabelecer contactos com colegas ou professores para tirar dúvidas.
Na leitura recreativa, que nos abre ao mundo, a escrita é também fundamental. O papel que os diários pessoais tinham têm-no agora os blogues, wikis, fóruns e outras ferramentas da Internet. Mas a escrita à mão é sempre positiva. Atualmente existe também um conjunto de sites na Internet dedicados à leitura que podem estimular os testemunhos sobre as obras e as trocas comunicativas com outros leitores das mesmas obras (ex. Goodreads, Babelio). Portanto há que encorajar os jovens a participar escrevendo: replicam o que leram, treinam a escrita, confrontam-se com outros.

15) Que páginas e sites online se aconselham para aprofundar estas ideias?
A página do PNL (pnl.pt) apresenta um conjunto de informações muito interessantes sobre dinâmicas de leitura, estudos diversos e iniciativas do Ministério da Educação para promover a leitura e ajudar a formar alunos, pais e professores. Inclui também a lista de livros com a marca PNL e tem mesmo uma secção “Ler + em família”.
A página da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) apresenta como funciona a RBE e ajuda a conhecer a dinâmica da instituição “biblioteca”, incluindo também o acesso aos catálogos da biblioteca de cada escola. Pode assim cada aluno ou Encarregado de Educação conhecer o acervo da biblioteca para eventual consulta ou requisição.
Os sites da rede Goodreads (goodreads.com) e Babelio (babelio.com) apresentam um conjunto de conteúdos interativos sobre livros e leituras. Funcionam em inglês e francês mas também estão abertos a atividades em português, havendo grupos criados que comunicam na nossa língua.
A página do Agrupamento apresenta as atividades do Agrupamento e o seu enquadramento em temos de organização e documentos essenciais, divulgando também o que acontece de mais importante em termos institucionais. Os blogues EXPRESSÃO (do Clube EXPRESSÃO) e LER É SABER (das Bibliotecas Escolares) produzem também informação sobre as atividades das Escolas do Agrupamento e das suas Bibliotecas.
Alguns Sítios com livros digitais.