Herberto Helder morreu ontem em Cascais
aos 84 anos. Considerado pela crítica literária o maior poeta português da
atualidade, publicou o ano passado o último livro de poesia: “A morte sem mestre”. O poeta também
madeirense José Tolentino de Mendonça disse: "Quando morre um poeta com a dimensão de Herberto Helder o que
sentimos é que não apenas morreu um poeta mas a poesia. Nestes casos o luto
torna-se insuportável e, ao mesmo tempo, este luto faz-nos perceber que
Herberto Helder é imortal com a sua obra. Daqui a mil anos, se subsistir um
falante de língua portuguesa, a poesia de Herberto Helder subsistirá".
Fernando
Pinto do Amaral poeta, professor e diretor do Plano Nacional de Leitura, recordou: "É um poeta tão diferente,
tão vulcânico – e pode dizer-se milhares de coisas sobre o Herberto Helder, a
alquimia, toda a transformação que a linguagem pode sofrer, todas verdadeiras –
mas, como leitor, o que eu queria sublinhar é esse carácter diferente que ele tem
e, sobretudo, que nos faz ver o inexplicável e o mágico que a poesia tem em
certos autores".
Em
1994, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa pela sua obra que, segundo o júri,
iluminava a língua portuguesa. Herberto Helder, no entanto, recusou a distinção,
uma das mais importantes atribuídas em Portugal, e pediu ao júri que não o
anunciassem como vencedor e dessem o prémio a outro.
É reconhecido unanimemente como um
dos maiores poetas portugueses de todos os tempos.
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