terça-feira, 24 de março de 2015

“queria fechar-se inteiro num poema” – Herberto Helder morreu


   Herberto Helder morreu ontem em Cascais aos 84 anos. Considerado pela crítica literária o maior poeta português da atualidade, publicou o ano passado o último livro de poesia: “A morte sem mestre”. O poeta também madeirense José Tolentino de Mendonça disse: "Quando morre um poeta com a dimensão de Herberto Helder o que sentimos é que não apenas morreu um poeta mas a poesia. Nestes casos o luto torna-se insuportável e, ao mesmo tempo, este luto faz-nos perceber que Herberto Helder é imortal com a sua obra. Daqui a mil anos, se subsistir um falante de língua portuguesa, a poesia de Herberto Helder subsistirá".
Fernando Pinto do Amaral poeta, professor e diretor do Plano Nacional de Leitura, recordou: "É um poeta tão diferente, tão vulcânico – e pode dizer-se milhares de coisas sobre o Herberto Helder, a alquimia, toda a transformação que a linguagem pode sofrer, todas verdadeiras – mas, como leitor, o que eu queria sublinhar é esse carácter diferente que ele tem e, sobretudo, que nos faz ver o inexplicável e o mágico que a poesia tem em certos autores".
Em 1994, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa pela sua obra que, segundo o júri, iluminava a língua portuguesa. Herberto Helder, no entanto, recusou a distinção, uma das mais importantes atribuídas em Portugal, e pediu ao júri que não o anunciassem como vencedor e dessem o prémio a outro. 
É reconhecido unanimemente como um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos.

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