Ana Rosa Vila Flor, do 11º D, escolheu o tema "Mentira" e desenvolveu um texto que ganhou o 2º lugar no Concurso organizado pela ESAAG através do Blogue EXPRESSÃO e pela Fundação Vox Populi. Aqui fica.
Todos nós mentimos, muitas vezes talvez até por boa
educação, ou, pelo menos, sem intenção de causar danos, ou enganar.
Chamamos-lhes mentirinhas brancas ou inocentes, e, de facto, desempenham um
papel fundamental nas relações humanas.
No entanto, geralmente, quando alguém comenta o perigo e
a gravidade de mentir, ou quando uma mãe ensina ao filho que tal comportamento
é errado, referem-se a outro tipo de mentiras, as mais "sérias",
segundo os seus pontos de vista. Parece que há, afinal, vários tipos de
mentiras e de mentir, uns aceitáveis e outros não. E, mesmo no conjunto das
"mentiras sérias", há umas mais sérias que outras.
Isto resulta da relatividade do ser humano, do facto de o
contexto, para nós, importar mais que a própria mentira. Por exemplo, mentir
para roubar e enriquecer é desprezível e merece castigo; no entanto, mentir
para salvar a vida de alguém é excecional e merece admiração.
Por tudo isto, não podemos ser hipócritas ao ponto de
dizer que toda a mentira é uma abominação, mas mentir consciente e
deliberadamente, com a intenção de prejudicar alguém ou valorizar-nos a nós
mesmos, é-o.
Sabemos as consequências que o ato de mentir pode trazer,
sabemos os problemas que causou tanto em tribunais, como na escola ou no
trabalho, como em nossa própria casa. Todos nós já o fizemos, e tivemos de
assumir as responsabilidades, assim como todos nós já sentimos o desgosto de
saber que nos contaram uma mentira, e tivemos de lidar com ele.
Assim, já entendemos que não podemos evitar mentir, ou,
se podemos, possivelmente não nos chamariam pessoas "honestas",
"verdadeiras" ou "eticamente corretas", mas sim
simplesmente "inconvenientes" ou talvez pior. O que sabemos é que
está nas nossas mãos evitar de forma absoluta as mentiras ditas "de
propósito", com objetivos negativos, e ensinar isso aos nossos filhos.
Ana Rosa Ferreira Vila Flor
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