domingo, 28 de junho de 2015

A REVIRAVOLTA Sofia Tavares, a autora do texto, escreve sobre a experiência

 


Este ano inscrevi-me num ateliê do Aquilo Teatro. Neste ateliê aprendemos técnicas que nos ajudam a representar e a subir ao palco com confiança. No início, quando ainda nos estávamos a conhecer, o professor João Reis questionou-nos acerca dos nossos sonhos. Eu disse-lhe que queria ser guionista e o professor lançou-me o desafio de escrever uma peça. Primeiro não me senti muito confiante para o fazer. Realizámos, então, uma peça escrita e encenada pelo professor: “Desmascarados” em março. Essa primeira peça foi apresentada em dois locais distintos, primeiro na Guarda, na sede do Aquilo, e depois no Sabugal, no auditório da Câmara. Foi a primeira peça realizada pelo ateliê e correu muito bem. Tenho pena que não tenha sido apresentada mais vezes.
Mais tarde o professor colocou-me de novo o desafio e eu aceitei. Ter inspiração para a peça foi um pouco difícil, mas acabou por me ocorrer uma ideia. Cheguei a alguma coisa. Queria que tivesse uma mensagem, mas ao mesmo tempo fosse engraçada.
Tive muita ajuda do professor, que me deu alguns conselhos para tornar a peça mais rica e mais clara. Não estava muito segura no início porque achava que não ia ficar bem em palco, a peça estava confusa e as ideias estavam mal organizadas. Porém, com o tempo melhorou e penso que obtivemos um bom resultado no final. As pessoas gostaram e riram-se bastante. Era o nosso objetivo. Só conseguimos este resultado com o esforço e dedicação de todos.
No dia da estreia estávamos todos muito nervosos, com medo que corresse mal. Minutos antes de subir ao palco juntámo-nos todos, respirámos fundo para sentirmos a energia dentro de cada um de nós. A cada segundo os nervos aumentam, principalmente na estreia, que, é a melhor parte, mas ao mesmo tempo é quando nos sentimos mais ansiosos.
Durante a peça eu não era a primeira a subir ao palco. Por isso fiquei atrás da cortina, a tentar acalmar-me. Ao mesmo tempo que sentia os nervos à flor da pele, também sentia alegria e entusiasmo, por ser a minha primeira peça e felizmente ter o gosto de a ver encenada e conseguir ouvir os risos das pessoas do lado de lá da cortina. O tempo passou num instante. Quando dei conta já tinha acabado e já estávamos a agradecer às pessoas a presença delas!
Após a estreia sentimos um grande alívio, depois de tanta pressão, ao ver que as pessoas gostaram, e que correu bem. No segundo dia, a representação correu pior, como é normal acontecer. Estávamos mais relaxados, o que por um lado é mau… Na verdade parece-me que os nervos nos ajudam a concentrar no que estamos a fazer.  
Concluindo, a experiência e a oportunidade de poder ter uma peça minha em cena foi excelente. Confesso que no início estava apreensiva, mas depois de ver o resultado final e a reação das pessoas, fiquei bastante feliz. Nunca esperei que gostassem tanto. Tenho a agradecer a oportunidade e o voto de confiança ao professor João Reis, e também a excelente encenação e ajuda no texto; à Anabela Teixeira, responsável pela produção, operação e montagem de som e luz e também aos meus colegas, que representaram comigo em palco; ao Manuel Tavares; ao Francisco Gama; à Maria Gama; à Bruna Pereira; ao Rodrigo Mendes e à Inês Lopes, que fizeram uma brilhante interpretação do papel e também me ajudaram no texto. Portanto posso dizer que toda a peça resultou de um trabalho de grupo em que estivemos todos unidos pela mesma razão: o amor à arte do teatro. 

Sofia Tavares, nº27, 10ºG

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