Aqui ficam as palavras de Malala Yousefzai, Prémio Nobel da Paz em 2014, que a Associação de Estudantes propôs ontem para reflexão junto dos alunos. A mensagem é o discurso de aceitação do Nobel, aparecendo na segunda parte um apelo forte às crianças e jovens de todo o mundo.
“Tenho muito orgulho por ter sido a
primeira paquistanesa e a primeira adolescente a receber este prémio, e tenho a
certeza absoluta que sou a primeira Nobel da Paz que ainda luta com os irmãos
mais novos! Eu quero que a paz se espalhe por todos os cantos do mundo, mas nós
ainda estamos a trabalhar nisso (…)
Quero que saibam que este prémio não é só meu. É das
crianças esquecidas que querem educação. É das crianças assustadas que querem a
paz. É das crianças de pés e mãos atadas, sem qualquer direito ou liberdade. Estou
aqui para afirmar os seus direitos, para lhes dar voz… Não é hora para lamentos.
É hora de agir, para que seja a última vez que uma criança não tenha direito à
educação (…)
Vivemos na era moderna, o século XXI, e passamos a
acreditar que nada é impossível. Antes, já chegámos à Lua e talvez em breve
possamos pousar em Marte. Então, neste tremendo século, temos de fazer com que
a educação de qualidade seja uma realidade de todos.
Por isso, deixem-nos levar igualdade, justiça e paz
a todos. Mas todos, mesmo todos, precisamos de dar o nosso contributo. Não só
apenas os líderes políticos e mundiais. É agora. Eu. Nós. É o nosso dever.
Ao trabalho, então… sem esperar!
(...)
Apelo
às crianças como eu que se levantem em todo o mundo.
Queridos
irmãos e irmãs, que sejamos a última geração a ficar fora da escola.
As
salas de aula vazias, as infâncias perdidas, o potencial desperdiçado — que
tudo isso se encerre connosco.
Que
seja a última vez que um menino ou uma menina desperdicem a sua infância numa
fábrica.
Que
seja a última vez que uma criança inocente perca a vida na guerra.
Que
seja a última vez que uma sala de aula permaneça vazia.
Que
seja a última vez que se diga a uma menina que a educação é um crime e não um
direito.
Que
seja a última vez que uma criança permaneça fora da escola.
Que
comecemos nós a acabar com esta situação.
É
hora de construir um futuro melhor, aqui, agora.
Obrigada.”
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