Decidi
explorar neste pequeno texto um tema um pouco polémico, relacionado com os
célebres autores galardoados com um prémio Nobel da Literatura. No ano de 2016 foi ultrapassada uma barreira
importante no que toca à literatura mundial quando a academia revelou como
premiado Bob Dylan, afirmando que este era responsável pela “criação de novas
expressões poéticas na tradição da grande música americana”
Esta
revelação originou reações diversas entre todos os amantes de literatura e
génios literários, desde Joyce Oates,
que descreveu a escolha como: “original e inspirada.”
a Irvine Welsh, que por sua vez diz que se trata de “um prémio nostálgico que
tresanda a próstatas rançosas, proveniente de hippies senis”.
Abstendo-me de opinião
quanto a este tópico, decidi explorar um pouco esta nova entrada artística. Obviamente
a academia colocou a música num estrato diferente do qual se encontrava –
música como literatura, como poesia. Venho por isso destacar um homem que é tão
músico como poeta – Leonard Cohen.
Falecido recentemente,
Leonard Cohen era mais do que cantor. Era também um letrista, um músico, um
pintor, um dramaturgo e um poeta brilhante. Com mais de dez livros, 26 álbuns e
dezenas de pinturas publicados, o que mais me atrai na vasta coleção de arte
que este autor disponibiliza é a facilidade com que este consegue expor todos
os seus sentimentos de um modo simples, contudo extremamente belo.
O artista falou
algumas vezes sobre as grandes influências para a sua carreira, passando estas
por baladas escocesas, flamenco espanhol e fado português. Ao analisarmos toda
a sua obra, encontramos marcas muito claras destes diversos estilos culturais e
as suas respetivas mensagens: as paixões vulcânicas, o erotismo contido, a
nostalgia e o seu invejável estoicismo. Cohen dizia: “Esta
é a nossa condição humana e a única consolação que temos é aceitá-la.”.
Creio que esta afirmação conforta-nos
um pouco quando pensamos na sua morte e na sua vida, e creio também que o confortava
a ele.
Em suma, Leonard Cohen teria sido, na
minha opinião, um possível candidato ao prémio Nobel da Literatura, caso a
academia tivesse começado a explorar a literatura de um modo mais abrangente,
mais cedo. Tenho curiosidade de ver até onde esta nova entrada nos poderá levar,
e até se chegarei a ver novas entradas literárias nos próximos anos.
Deixo-vos por isso com um poema e uma
pintura, poema que não irei traduzir porque a poesia é sempre mais bela na
língua em que foi pensada, pois não tem tradução possível.
Do not Forget
old friends
“Do not Forget old friends
You
knew long before I met you
The
times I know nothing about
Being
someone
Who
lives by himself


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