ENUNCIADO:
O tempo que os jovens de hoje ocupam
com as novas tecnologias e com a comunicação via Internet configura já
frequentemente um fenómeno de dependência ou adição, com horas e horas colados
aos ecrãs. Muitos jovens não são capazes de se desagarrar destes hábitos,
afastando-se da leitura e do estudo por um lado e por outro lado dos hábitos
saudáveis da vida em contacto com a natureza e com os outros. Numa crónica /
texto de opinião de 300 a 400 palavras destinado(a) a um jornal local,
desenvolve esta temática argumentando e defendendo a tua posição e adotando o
tom que achares mais adequado.
TEXTO:
Sim, é verdade que os jovens passam
bastante tempo “colados” aos ecrãs. Mas também é verdade que são, de imediato,
julgados pejorativamente por quem acha que não precisa de espreitar esses
mesmos ecrãs antes de tirar conclusões. Talvez essas “horas e horas” não sejam
tão superficiais como os juízos que delas se fazem.
Confesso que, talvez, os meus
argumentos assentem apenas sobre uma minoria. Mas gosto de acreditar que não. O
que digo, digo-o na tentativa de equilibrar o espírito crítico que tenho em
relação a mim e aos outros no contexto discutido. Quero dizer: se a Internet e
as novas tecnologias se conjugam na criação de um novo mundo que é fruto do mundo
real, então, tal como este, nunca poderá ser algo suficientemente simples para
ser chamado de “coisa boa” ou “coisa má”. Terá sempre todo um conjunto de prós
e contras que o tornam complexo e infinitamente discutível – portanto, tal como
não podemos assumir uma ligação lógica e imediata entre uma vida de contacto
com a Natureza e com os outros e uma vida saudável e feliz, também não podemos
defender o contrário.
Quando se sugere aos jovens que
desenvolvam esta temática (e não são poucas as vezes), isso leva a que estes
sintam a necessidade de mostrar que se sentem descontextualizados dos
estereótipos de que são acusados nos enunciados, em ordem a serem ouvidos. E as
conclusões que tiram são sempre as mesmas: que é preciso desencantar de algum
lado algum equilíbrio entre o uso das tecnologias e os hábitos de uma vida
saudável. E, por eu própria já o ter feito mais vezes do que me orgulho, hoje
vou considerar-me uma das jovens a quem o enunciado se refere e aceitar todas
as acusações. Assumo que sou dependente das novas tecnologias. Assumo que o sou
por influência de toda a minha geração. E assumo que não tenho problema
absolutamente nenhum com isso. Hoje, quando for para casa, vou com o telemóvel
ligado à Internet para ouvir música no meu caminho. E, quando chegar, vou ligar
o computador e ficar colada ao ecrã durante as 3 horas que demora o filme que
vou ver. À noite, antes de dormir, vou fazer o download do PDF do livro que no
outro dia estava indisponível na Bertrand, vou lê-lo e passar outra hora colada
ao ecrã. Sinceramente? Não abdico da minha dependência.
Maria Margarida Madeira (12º E)
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