De lingua latina*
Num país cuja língua
oficial deriva do Latim, o estudo desta língua devia ser obrigatório. É
logicamente correto pensar que conhecendo a mãe
se conhecerá melhor a filha. O latim
é a matriz da nossa identidade, o conhecimento do latim e da cultura
greco-romana é essencial para um conhecimento daquilo que somos, do que é a
nossa cultura, do sentido dos nossos costumes, do conhecimento das nossas
origens.
Num país de matriz
linguística anglo-saxónica como a Alemanha, estuda-se Latim no 7º, 8º e 9º anos
pois reconhece-se que com o seu estudo se desenvolvem capacidades de raciocínio
e de análise. Esse pode ser um dos motivos para a defesa do Latim no
secundário. Outro poderia ser – em tempos de inúmeros erros ortográficos dados
pelos alunos – um correto conhecimento da língua portuguesa para além de ajudar
na aprendizagem de outras línguas. Também é um precioso meio de desenvolvimento
do raciocínio analítico, da capacidade de reflexão, de desenvolvimento do
espírito crítico, tão em falta hoje em dia numa sociedade virada para a imagem
e o facilitismo.
Apesar de ter sido
esquecida durante os últimos anos, quase todos os dias nós ouvimos ou lemos
expressões em Latim que foram ficando no uso corrente da nossa língua. E se
folhearmos o Código Civil a cada passo nos deparamos com expressões em Latim.
Quem saiba uns rudimentos de Latim descobre facilmente na publicidade muitos
termos e expressões usadas nos anúncios que foram tiradas do Latim assim como
marcas de produtos novos.
Nestes últimos anos, o
ministério da educação quer renovar o ensino da língua no secundário e para
isso criou-se a disciplina de Iniciação à Cultura e Línguas Clássicas. Seria
bom que na nossa escola abrisse, no próximo ano letivo, a disciplina de Latim
para recuperarmos a tradição do liceu.
*Acerca do Latim
José Manuel Monteiro (professor)
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