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| Alexandra Santiago |
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| Uma das apresentações do livro |
No próximo sábado, dia 23 de
setembro, terá lugar na BMEL pelas 16 horas a apresentação do livro POR AMOR,
com relatos e experiências de 5 pessoas ligadas à comunicação com surdos e à língua
gestual portuguesa. Vão estar presentes duas das autoras, a Filipa Carvalho e a
Alexandra Santiago, ex-aluna da ESAAG*. Esta tem 34 anos e é Intérprete de
Língua Gestual Portuguesa no Agrupamento de Escolas Grão Vasco em Viseu e na
Associação de Surdos da Guarda. Fizemos algumas perguntas à Alexandra.
Como surgiu este livro?
Este livro surgiu por iniciativa da
Susana Barbosa, minha ex-professora da licenciatura do curso de tradução e
interpretação de língua gestual portuguesa, que nos lançou o desafio de
partilharmos as nossas histórias, da importância que estas pessoas surdas têm
na nossa vida e de como o amor que temos por elas fez de nós o que somos hoje e
que nos orgulhamos.
De que modo está ligada à língua gestual e à realidade dos surdos?
Desde que nasci que estou ligada a
ambos. Os meus pais são surdos e com eles aprendi a língua deles, que também é
a minha língua, a minha primeira língua. Com eles aprendi e senti o que é ser
bilingue, comunicar em duas línguas, a língua gestual e a língua oral, bem como
a sua “magia”.
Cresci com eles e sempre em contacto
com surdos, amigos dos meus pais, por isso desde cedo que me apercebi da
realidade deles, do seu modo de comunicar, o modo de expressar, das suas
“desvantagens” mas também das suas grandes vantagens.
O que contém o livro?
O livro é um livro bilingue, inclusivo,
sendo acessível a toda a comunidade, quer ouvinte, quer surda. Este apresenta
as 5 histórias humildes das 5 autoras, dedicadas a 7 pessoas surdas de forma
escrita, bem como em DVD em língua gestual portuguesa, onde cada autora traduz
a sua história.
Que impacto acha que o livro pode ter?
Maior conhecimento sobre a
realidade dos surdos, dos seus direitos e deveres, da sua língua, de uma maior
efetivação da inclusão dos surdos na sociedade, na identificação de muitas
histórias como as nossas, num despertar de consciências onde os surdos são
iguais como qualquer outra pessoa a uma vida normal.
(*As
restantes autoras são Susana Barbosa, Cláudia Pedreira e Dina Coelho.)
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