Um recluso do Estabelecimento Prisional da Guarda escreve uma carta de amor.
A carta para ti, Maria...
Guarda, 27 de janeiro de 2019
Querida mulher:
Mais um dia sem ti… Amo-te tanto! És a melhor pessoa que entrou na minha
vida. Todos os momentos que passámos juntos fizeram-me perceber que eu nunca
poderia ser tão feliz como o sou hoje. Mostraste-me um amor que eu não imaginei
existir e, presentemente, não concebo a minha existência sem ti.
Amar-te faz-me sorrir de felicidade, amar-te faz-me chorar pela tua
ausência. Sei, porém, que não vai ser o tempo que nos vai separar. Ele, o
tempo, faz-nos antes extremar o nosso amor.
Lamento todas as zangas tolas e desnecessárias e quero recuperar esses
momentos desperdiçados, pois as saudades são insuportáveis e dilacerantes.
Na minha solidão, revejo-te a toda a hora e relembro os momentos em que
me seguras as mãos e me olhas nos olhos com amor. És tu que me acalmas, és a
minha luz, és a minha paz. Nunca desististe de mim e estou-te grato por isso.
Nunca me senti tão amado! Queria poder teletransportar-me e ir para junto de
ti, poder sentir o teu corpo, mas fico-me pelo sonho.
À medida que escrevo, princesa, as lágrimas caem dos meus olhos, pois sei
que fui injusto contigo em diversos momentos. Perdoa-me, amor, isso não vai
voltar a acontecer. Amo-te demasiado, és o bem mais precioso da minha vida e
quero ficar contigo até ao fim dos meus dias.
Eternamente teu,
Mário
(Foto retirada de recantodasletras.com.br)
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