Francisco José Viegas esteve esta
semana na ESAAG no âmbito do programa TERRA DA ESCRITA, fruto da colaboração entre a BMEL e as Bibliotecas Escolares do Agrupamento, tendo feito dois encontros com alunos (duas turmas do 11º ano
e quatro do 10º ano) e ainda uma pequena oficina de narrativa policial com uma
turma do 11º ano.
Francisco José Viegas frisa muito
nas suas conversas com alunos várias regras, se quiserem fazer vida da escrita
ou se quiserem utilizar criativamente a escrita na vida. Em primeiro lugar, convém
escrever todos os dias, sendo portanto o treino algo de fundamental. Supor que
se tem talento ou habilidade não chega.
Depois, importa estar atento aos outros, às palavras, às reações, à maneira de comunicar, à
personalidade, aos gestos, isto é, saber observar, saber ouvir. Francisco J.
Viegas diz mesmo “roubar”. Em terceiro lugar, não se consegue escrever sem ler,
porque temos de saber aquilo que já se escreveu e que não convém repetirmos e
porque se aprendem as técnicas da comunicação escrita, tendo um leque de opções
para assimilar e optar. A construção das personagens é um dos desafios maiores,
pela dificuldade de as construir ricas e genuínas. Ser simples pode ser o
último requisito, interessando mais conseguir transmitir uma ideia do que fazer
algo que nos satisfaça sabendo que não atinge ninguém.
Sobre Jaime Ramos, inspetor da
polícia que é o seu alter ego, F. J. Viegas referiu que demorou tempo a
encontrar esta figura que o acompanha nos seus livros desde os primeiros. É um
inspetor que não se limita a descobrir crimes mas que se revela um portuense apreciador
da boa gastronomia e até certo ponto solitário, com a namorada a morar
eternamente dois andares acima dele no mesmo prédio.
Os cadáveres são o essencial num
policial. Em cada um produz em geral 3 ou 4 cadáveres e eles têm que ser
genuinamente assassinados. Diz Francisco J. Viegas que quando começa a escrever
um policial em geral não conhece o seu fim e é isso que lhe vai dando gozo ao
longo do processo de escrita: “descobrir o que aquilo vai dar”.
Na parte da tarde de quarta-feira,
dia 3, os alunos do 11º B experimentaram uma oficina em que escreveram a primeira
página de um policial a partir da frase dada pelo autor: “Às seis horas da
manhã, o corpo da mulher foi encontrado, estendido e inerte, o rosto voltado
para o céu, ao fundo da escadaria da Sé". Os textos mais interessantes serão
publicados no livro TERRA DA ESCRITA 2018/19 no início do próximo ano letivo.
Na Biblioteca da ESAAG podes encontrar 7 livros de Francisco José Viegas que podes requisitar ou ler na BE:
Morte no Estádio;
Crime na Exposição;
O Mar em Casablanca;
Metade da Vida;
A poeira que cai sobre a terra e outras histórias de Jaime Ramos;
Tão longe quanto os Homens;
Algumas distrações.
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.