domingo, 13 de outubro de 2019

31 VEZES SOPHIA (7) O dia do nascimento

Sophia com poucos meses ao colo da bisavó materna,
Maria Amélia de Carvalho Burnay.
a avó Sophia à esquerda e a mãe Maria à direita,
no Palácio Burnay no Natal de 1919. 


Sofia de Mello Breyner de Andresen nasce a 6 de novembro de 1919, pelas 11 horas da manhã, no Porto, filha de Maria Amélia Burnay de Mello Breyner e de João Henrique Andresen. Pelas regras da República foi registada com f e não com ph, forma que mais tarde havia de assumir como escritora. Naquele dia, depois de parto (em casa, como era hábito na altura), teve a visita do pai, acompanhado dos cães de caça preferidos. Às cinco da tarde, veio o avô Thomaz, chegado de Lisboa, visitar a sua “querida neta”. É a primeira filha de 4 irmãos, Sofia, João Henrique, Thomaz e Gustavo.
O avô materno, Thomaz de Mello Breyner, era 4º conde de Mafra e médico da família real, sendo também professor da Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi a principal influência de Sophia no mundo da poesia, enquanto criança. Do lado paterno, a avó Joana Andresen era filha de Jan Henrik Andresen, dinamarquês que se tinha instalado no Porto dentro dos negócios de transporte de vinhos, seguros e navegação, vindo do arquipélago das Frísias Orientais. O imaginário nórdico de “Saga” vem daí.
Sophia fala do dia do seu nascimento desta maneira:
“Nasci no Porto em pleno signo de Escorpião, no dia 6 de novembro, não sei a que horas. Tive sempre a impressão de me lembrar de quando estava no berço, numa claridade vaga, branca e suspensa coada pelas cortinas de cassa branca do berço e pelas cortinas, também de cassa branca, das duas grandes janelas do quarto da minha mãe. Era um berço que tinha sido do meu bisavô Andresen, um berço alto de madeira, estilo Império, com uma cabeça de cegonha com um grande bico a segurar a cassa das cortinas.”.

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