sábado, 16 de maio de 2020

A PROPÓSITO DE UMA CRÓNICA DE RAP (3) As duas últimas crónicas

     Seis alunos do 10º B e D leram na Visão a crónica de Ricardo Araújo Pereira "O mundo não quererá fazer o favor de estar quieto?" e resolveram treinar a arte de cronista. Eis as duas últimas crónicas.
O mundo tem sido egoísta e desrespeitador para comigo. Parece-me que o mundo tem como objetivo destruir-me psicologicamente, mostrar-me o quanto ingénua e antiquada sou. Vejo-me constantemente a relembrar o passado e a compará-lo com o presente, levando-me a temer o futuro. Faz-me questionar se nasci na época certa. O mundo está a evoluir a um grande passo. Não consigo acompanhar este seu súbito crescimento.
Ultimamente, as tecnologias são o que me está a preocupar. Ainda em 2010 o meu sonho era, quando pudesse ter um telemóvel, que este fosse cor de rosa, de teclas, que abrisse e fechasse. Até os meus sonhos foram atingidos pela inquietação do mundo.
Em menos de 20 anos, as ruas deixaram de ter o som das crianças a brincar, dando lugar ao som dos motores; os gritos dos pais a chamá-los para eles irem para casa passaram a ser para os mandar sair. Não sei se estou preparada para estas mudanças que dão, cada vez mais, sinais de virem a ser ainda mais agressivas. Será que é possível puxar esta série uns anos atrás? Logo veremos.
  Agora só me resta fazer como antigamente, assinar um tratado com o mundo.
 Margarida Mendes, 10ºB

 Se há algo de que precisamos neste momento é de estar quietos.
Com um dos membros da família Vírus que ameaça o ser humano e faz com que este receie pela sua vida, todos nós devíamos preocupar-nos com ficar quietos, para deixar trabalhar aqueles que têm a tarefa mais difícil, as autoridades de saúde.
Com o estado de emergência já terminado em alguns dos países, como Itália, a verdade é que os italianos já não estão a cumprir a quarentena e já exageram na quantidade de pessoas na rua.
Acho que é claro que a obediência dos chineses foi crucial na diminuição da propagação do Coronavírus; mas, por outro lado, em Itália e noutros países, a falta de obediência ou ingenuidade do governo, ao dizer que as máscaras não eram importantes para combater o Covid-19, foi o que os levou ao aumento cada vez mais significativo de mortes e de casos de infeção.
Será que o mundo não percebe que é crucial ficarmos quietos? Para termos a nossa vida de volta, devemos dar o nosso contributo; no entanto, olho para a rua e vejo que continuam a “brincar”.
É importante que haja otimismo para podermos manter a nossa sanidade mental e para que, no fim, possamos valorizar as coisas e nos reorganizemos enquanto sociedade. 
Gabriel Lucas, 10ºB

0 comentários :

Enviar um comentário

Os comentários anónimos serão rejeitados.