Inês Brites, recém-eleita para a presidência da Associação de Estudantes (AE), respondeu ao Blogue EXPRESSÃO sobre o seu programa de ação 2020/21:
Acredito que é essencial, não apenas neste ano tão atípico, como também nos restantes, haver um órgão que represente, de forma equitativa, todos os alunos da escola. Desta forma, e dando especial atenção à manifestação de novas adversidades causadas pela Covid-19, achei pertinente a minha candidatura à presidência da AE, ciente da magnitude que este cargo admite, já que, juntamente com os restantes membros integrantes deste projeto, pretendo maximizar o bem-estar da comunidade escolar.
Ficaste admirada de só aparecer uma lista?
Honestamente, sim. Não só devido à grande dinâmica da corrida eleitoral que habitualmente verificamos na nossa escola, mas também porque, mais do que nunca, num ano tão singular como o que presenciamos, todos os alunos necessitam que lhes seja concedida uma voz, bem como representantes que a traduzam de uma forma eficiente.
A elevada abstenção deixou-te mal disposta?
A elevada taxa de abstenção não
me deixou, de todo, satisfeita. Mesmo verificando-se apenas uma lista a
concorrer ao Órgão de Associação de Estudantes, é necessário haver uma
consciencialização de todos os alunos para exercer o direito de voto. Penso que
este acontecimento se explica pela falta de informação ou interesse da parte
dos educandos e combater este abstencionismo irresponsável é um dos nossos
objetivos como Associação de Estudantes, tal como referimos no nosso plano de
ação.
Ao realizar o Plano de Ação, fiz
os possíveis para reunir uma coletânea de temas que, juntamente com os
restantes membros da anterior lista e agora Associação de Estudantes, achei
mais pertinente abordar, tendo sempre em consideração que é essencial todos os
estudantes se sentirem confortáveis no local onde passam a maior parte do seu
quotidiano. Posto isto, temos em mente avançar, assim que possível, com sessões
de apoio em conjunto com os Serviços de Psicologia e Orientação da escola para
melhor esclarecer a importância que a saúde mental assume, nos nossos dias, e
ajudar a comunidade escolar, em especial, os alunos, a ultrapassar os seus
problemas, em prol de atingir o sucesso escolar. Para além desta, ainda na
vertente cívica, pretendemos realizar, em semelhança a anos letivos anteriores,
recolhas de bens e distribuir estes, por sua vez, pelos estudantes mais desfavorecidos.
Que problema(s) gostavas de atacar logo em primeiro
lugar?
Tal como referido anteriormente,
acho de extrema importância a existência de um diligente apoio psicológico aos
alunos das diferentes faixas etárias que frequentam a nossa escola, sendo esta
uma das medidas às quais damos mais protagonismo. Contudo, e de forma a cumprir
as medidas de contingência impostas, devido à Covid-19, acredito que a recolha
de alimentos, roupas, brinquedos e outros bens, bem como a sua redistribuição
pelos alunos do nosso agrupamento, não só na época natalícia, mas também ao
longo de todo o ano letivo, seja umas das ações com maior importância. Desta
forma, evitamos ajuntamentos dispensáveis, em auditórios, e sensibilizamos,
igualmente, os estudantes e funcionários.
Melhorar o sucesso, nomeadamente dos mais
desprotegidos, e promover práticas de vida saudáveis entre os estudantes são
ideias que referes no Plano de Ação: tens alguma estratégia para conseguir isso?
Promover a equidade entre todos
os alunos é, e sempre será um dos nossos principais focos e pretendemos
responder a todas as necessidades apresentadas. No que toca à promoção de um
estilo de vida saudável, sugerimos a realização de palestras com o apoio de
técnicos especializados na área da nutrição e uma maior e mais diversificada
disponibilidade de snacks saudáveis no bar dos alunos, combinada com uma
regular e vigiada prática de desporto. Ainda neste tema da saúde e bem-estar,
tencionamos propor uma melhoria das ementas.
Seria fácil e vantajosa a colocação de ecopontos na
escola, como propões?
A substituição dos caixotes de
lixo regulares, ainda existentes, por ecopontos é um dos nossos objetivos para
este ano letivo. Penso que um reposicionamento dos mesmos em zonas mais
estratégicas seria vantajoso, bem como a colocação de novos tanto nos
corredores como nas salas.
A pandemia torna a atuação da AE mais fácil ou mais
difícil? Porquê?
Como referi há pouco, todo o
processo de candidatura exigiu bastante esforço e disponibilidade dos membros
deste projeto, que se demonstraram sempre prontos a agir. Mesmo assim, confesso
que foi muito difícil conciliar horários para que temas importantes fossem
discutidos, devido à particular situação a que estamos sujeitos este ano. Desta
forma, acredito que, com dedicação e mantendo sempre um cunho empreendedor, é
possível concretizar tudo aquilo que objetivamos. Contudo, é inquestionável que,
apesar de nos apresentarmos dotados de capacidade de levar a cabo este projeto,
independentemente das circunstâncias, parte das medidas propostas assume uma
grande complexidade, quando adaptadas a esta situação pandémica.
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