ISTO
PARECE QUE ANDA TUDO AO CONTRÁRIO – O DESCONCERTO DO MUNDO…
Comparando
a vida que os nossos antepassados levavam com a que hoje presenciamos, podemos
concluir que o mundo “deu uma cambalhota” gigantesca.
Exemplos
que me permitem afirmar isto são temas atualmente conhecidos e discutidos, como
o racismo e a corrupção. De facto, estes temas levam-me a refletir se realmente
temos um coração dentro de nós que nos impeça de cometer tal ato desumano, ou
se, pelo contrário, o fazemos sem que isso nos cause culpa ou remorso. Costumo
atribuir-nos desculpas como “pessoas de épocas diferentes têm mentalidades
diferentes”, “vê a perspetiva deles”, e tal, mas não me convenço. Aristóteles,
contra a República, afirmava que esta não era justa pois, por votos, colocava
“qualquer burro e palerma” no poder. De certa forma, Sócrates e Salgado
“encaixam” neste perfil: as pessoas deram-lhes a sua confiança e o seu respeito
e eles usaram-nas e sacrificaram-nas em prol individual. Camões, sabiamente,
disse “os bons vi passar graves momentos, / e os maus navegar em mares de
contentamentos”. A verdade é que não há algo que diga como impedir a corrupção,
mas é certo que a consciência é mais forte do que qualquer outra punição.
Hoje
em dia, vivemos na ideia do “sou livre e digo o que quero”, “faço o que me
apetece”, sem pensar que a nossa liberdade começa onde a dos outros acaba.
Tanta liberdade “estraga” as pessoas a nível de humildade, bondade e aceitação
dos outros. Ninguém tem culpa das circunstâncias nem deve ser julgado por
etnias, religiões ou culturas, mas quanto mais diversa é a sociedade, mais
racista parece ser! Pior que a dor física é a dor emocional, a que sinto na
minha alma quando vejo estas atitudes monstruosas.
Geralmente,
comentamos algo como “isso eram outros tempos”, “isto já não é como antes”;
contudo há coisas que permanecem intemporais. Critiquem Camões o quanto
desejarem, mas depois de tanto tempo ele estava certo, já que, de facto, parece
que só para nós “anda o Mundo concertado” e isso deixa-me confusa relativamente
aos meus sentimentos: se fico contente por não ser influenciada pelo mal que
corrói a sociedade, ou se triste por não haver ninguém capaz de colocar um
“travão” em toda esta mudança. O bem (se algum houve) deixa muitas saudades!
Bruna
Domingos, 10º D, nº6
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