quarta-feira, 9 de junho de 2021

CRÓNICA DE BRUNA DOMINGOS Isto parece que anda tudo ao contrário...

 

       ISTO PARECE QUE ANDA TUDO AO CONTRÁRIO – O DESCONCERTO DO MUNDO…

Comparando a vida que os nossos antepassados levavam com a que hoje presenciamos, podemos concluir que o mundo “deu uma cambalhota” gigantesca.

Exemplos que me permitem afirmar isto são temas atualmente conhecidos e discutidos, como o racismo e a corrupção. De facto, estes temas levam-me a refletir se realmente temos um coração dentro de nós que nos impeça de cometer tal ato desumano, ou se, pelo contrário, o fazemos sem que isso nos cause culpa ou remorso. Costumo atribuir-nos desculpas como “pessoas de épocas diferentes têm mentalidades diferentes”, “vê a perspetiva deles”, e tal, mas não me convenço. Aristóteles, contra a República, afirmava que esta não era justa pois, por votos, colocava “qualquer burro e palerma” no poder. De certa forma, Sócrates e Salgado “encaixam” neste perfil: as pessoas deram-lhes a sua confiança e o seu respeito e eles usaram-nas e sacrificaram-nas em prol individual. Camões, sabiamente, disse “os bons vi passar graves momentos, / e os maus navegar em mares de contentamentos”. A verdade é que não há algo que diga como impedir a corrupção, mas é certo que a consciência é mais forte do que qualquer outra punição.

Hoje em dia, vivemos na ideia do “sou livre e digo o que quero”, “faço o que me apetece”, sem pensar que a nossa liberdade começa onde a dos outros acaba. Tanta liberdade “estraga” as pessoas a nível de humildade, bondade e aceitação dos outros. Ninguém tem culpa das circunstâncias nem deve ser julgado por etnias, religiões ou culturas, mas quanto mais diversa é a sociedade, mais racista parece ser! Pior que a dor física é a dor emocional, a que sinto na minha alma quando vejo estas atitudes monstruosas.

Geralmente, comentamos algo como “isso eram outros tempos”, “isto já não é como antes”; contudo há coisas que permanecem intemporais. Critiquem Camões o quanto desejarem, mas depois de tanto tempo ele estava certo, já que, de facto, parece que só para nós “anda o Mundo concertado” e isso deixa-me confusa relativamente aos meus sentimentos: se fico contente por não ser influenciada pelo mal que corrói a sociedade, ou se triste por não haver ninguém capaz de colocar um “travão” em toda esta mudança. O bem (se algum houve) deixa muitas saudades!

Bruna Domingos, 10º D, nº6

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