À conversa sobre semestralidade…
José Carvalho, diretor do AEAAG,
conversou hoje, 8 de julho, com o Blogue EXPRESSÃO sobre a reorganização do ano
escolar em semestres a partir do próximo ano.
Sobre aquilo que proporcionou esta
mudança no AEAAG, José Carvalho começou por nos dizer que a semestralidade é
uma das medidas previstas pelo Plano Escola + 21/23 (“Semestralização do
Calendário Escolar”) que as escolas podiam implementar se vissem que isso ia
transformar e recuperar as aprendizagens. O AEAAG considerou importante esta medida. Nas palavras do Plano, “pretende-se
que esta organização possa ser facilitadora ou indutora de uma mudança nos
processos de ensino e de aprendizagem e da alteração de práticas e processos
avaliativos”. Foi assim que foi lançada a ideia aos Departamentos Curriculares e
outras estruturas, nomeadamente as que envolviam alunos e pais, tendo sido
discutida e aprovada nos órgãos próprios: Conselho Pedagógico e Conselho Geral.
Verificou-se um certo consenso positivo quanto às potencialidades do processo,
incluindo também a ideia de que ele não é irreversível e pode sempre ser
revertido para o regime anterior. Antes do lançamento também o Diretor de
Agrupamento João Paulo Mineiro tinha estado na ESAAG a falar da sua experiência
de semestralidade na Escola da Quinta das Palmeiras (Covilhã).
O que muda no Calendário
Escolar? José Carvalho esclarece que o ano será cortado ao meio em semestres,
situando-se o corte aproximadamente nos inícios de fevereiro de 2023,
dependendo ainda do Despacho do Calendário que sairá no dia de hoje. Os momentos
de avaliação sumativa serão esse intermédio e o final, em junho. E no restante
tempo a avaliação formal terá lugar sob outras formas? O Diretor do AEAAG
esclareceu que os professores deverão, de uma forma ainda a precisar, dar, em
outros dois momentos, feedback a alunos e encarregados de educação da sua
situação relativamente aos diversos domínios através de uma escala de
descritores que correspondam às competências das Aprendizagens Essenciais. Este
registo não requererá no entanto Conselho de Turma e será organizado da maneira
mais prática possível. Este feedback revela-se fundamental para o aluno ter a
ideia do ponto em que se situa relativamente à aquisição das competências nos
diversos domínios de aprendizagem e poder também investir mais nas competências
que lhe convém melhorar.
E as pausas? Que pausas haverá? A
ideia é ter mais pausas ao longo do ano fazendo que haja mais momentos de
paragem de atividades letivas. No primeiro período prevê-se um momento de
paragem para “recarregar baterias”em final de outubro - princípio de novembro e
depois haverá pausas no Natal, no final do semestre, no Carnaval e na Páscoa.
As pausas do Natal e da Páscoa, tendo em conta as outras paragens e cumprindo
os dias de aulas previstos no Despacho do Calendário Escolar, serão
ligeiramente mais curtas. Algumas destas pausas serão pausas apenas de
atividades letivas, devendo decorrer outras atividades. Tudo no sentido de uma
clima de “tranquilidade, conforto e bem-estar, propícios à aprendizagem”.
Quanto às medidas de educação
inclusiva e apoios, José Carvalho referiu que essas medidas não têm que esperar
pelo momento do final do semestre para entrar em vigor. Como é natural, se se deteta
que um aluno carece de medidas de educação inclusiva, elas devem ser
consideradas e propostas imediatamente após o seu diagnóstico. Neste campo,
referiu ainda que quanto à Ocupação Plena dos Alunos e à falta ocasional de
professores, esta Direção mantém a sua filosofia de impulsionar uma cultura de
permuta e de solidariedade dentro dos Departamentos e ainda a promoção de
práticas saudáveis e criativas pelos alunos, desfrutando de tempos livres para
enriquecimento pessoal.
José Carvalho focou ainda a transformação que se espera a partir da introdução do regime de semestralidade: transformação das práticas letivas, mais diversificadas e criativas; transformação da prática avaliativa, com mais diversidade de instrumentos de avaliação; menor pressão sobre os alunos e mais tempo para os professores para avaliar; maior possibilidade de avaliação formativa, com o correspondente maior feedback aos alunos e pais; maior cultura de trabalho colaborativo e interdisciplinar entre professores.
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