sexta-feira, 8 de julho de 2022

À CONVERSA COM O DIRETOR JOSÉ ANTÓNIO CARVALHO O que faltava saber sobre o regime semestral em 2022/23


À conversa sobre semestralidade…

José Carvalho, diretor do AEAAG, conversou hoje, 8 de julho, com o Blogue EXPRESSÃO sobre a reorganização do ano escolar em semestres a partir do próximo ano.

Sobre aquilo que proporcionou esta mudança no AEAAG, José Carvalho começou por nos dizer que a semestralidade é uma das medidas previstas pelo Plano Escola + 21/23 (“Semestralização do Calendário Escolar”) que as escolas podiam implementar se vissem que isso ia transformar e recuperar as aprendizagens. O AEAAG considerou importante esta medida. Nas palavras do Plano, “pretende-se que esta organização possa ser facilitadora ou indutora de uma mudança nos processos de ensino e de aprendizagem e da alteração de práticas e processos avaliativos”. Foi assim que foi lançada a ideia aos Departamentos Curriculares e outras estruturas, nomeadamente as que envolviam alunos e pais, tendo sido discutida e aprovada nos órgãos próprios: Conselho Pedagógico e Conselho Geral. Verificou-se um certo consenso positivo quanto às potencialidades do processo, incluindo também a ideia de que ele não é irreversível e pode sempre ser revertido para o regime anterior. Antes do lançamento também o Diretor de Agrupamento João Paulo Mineiro tinha estado na ESAAG a falar da sua experiência de semestralidade na Escola da Quinta das Palmeiras (Covilhã).


O que muda no Calendário Escolar? José Carvalho esclarece que o ano será cortado ao meio em semestres, situando-se o corte aproximadamente nos inícios de fevereiro de 2023, dependendo ainda do Despacho do Calendário que sairá no dia de hoje. Os momentos de avaliação sumativa serão esse intermédio e o final, em junho. E no restante tempo a avaliação formal terá lugar sob outras formas? O Diretor do AEAAG esclareceu que os professores deverão, de uma forma ainda a precisar, dar, em outros dois momentos, feedback a alunos e encarregados de educação da sua situação relativamente aos diversos domínios através de uma escala de descritores que correspondam às competências das Aprendizagens Essenciais. Este registo não requererá no entanto Conselho de Turma e será organizado da maneira mais prática possível. Este feedback revela-se fundamental para o aluno ter a ideia do ponto em que se situa relativamente à aquisição das competências nos diversos domínios de aprendizagem e poder também investir mais nas competências que lhe convém melhorar.


E as pausas? Que pausas haverá? A ideia é ter mais pausas ao longo do ano fazendo que haja mais momentos de paragem de atividades letivas. No primeiro período prevê-se um momento de paragem para “recarregar baterias”em final de outubro - princípio de novembro e depois haverá pausas no Natal, no final do semestre, no Carnaval e na Páscoa. As pausas do Natal e da Páscoa, tendo em conta as outras paragens e cumprindo os dias de aulas previstos no Despacho do Calendário Escolar, serão ligeiramente mais curtas. Algumas destas pausas serão pausas apenas de atividades letivas, devendo decorrer outras atividades. Tudo no sentido de uma clima de “tranquilidade, conforto e bem-estar, propícios à aprendizagem”.

Quanto às medidas de educação inclusiva e apoios, José Carvalho referiu que essas medidas não têm que esperar pelo momento do final do semestre para entrar em vigor. Como é natural, se se deteta que um aluno carece de medidas de educação inclusiva, elas devem ser consideradas e propostas imediatamente após o seu diagnóstico. Neste campo, referiu ainda que quanto à Ocupação Plena dos Alunos e à falta ocasional de professores, esta Direção mantém a sua filosofia de impulsionar uma cultura de permuta e de solidariedade dentro dos Departamentos e ainda a promoção de práticas saudáveis e criativas pelos alunos, desfrutando de tempos livres para enriquecimento pessoal.

José Carvalho focou ainda a transformação que se espera a partir da introdução do regime de semestralidade: transformação das práticas letivas, mais diversificadas e criativas; transformação da prática avaliativa, com mais diversidade de instrumentos de avaliação; menor pressão sobre os alunos e mais tempo para os professores para avaliar; maior possibilidade de avaliação formativa, com o correspondente maior feedback aos alunos e pais; maior cultura de trabalho colaborativo e interdisciplinar entre professores.

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