quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

VISITA A UM LAR EM CIDADANIA Alunos passaram o dia no Lar de Santana da Azinha




 Um dia memorável!

      Eram 9h30 do dia 20 de janeiro. Terminava o primeiro semestre. Eu e os meus alunos de Cidadania e Desenvolvimento adivinhávamos que o dia seria bom, mas não sabíamos ainda que fecharíamos com chave de ouro!

     Assim que o motorista da Câmara Municipal chegou, saímos em direção ao Centro de Dia e Lar de Santana da Azinha, o carinhosamente apelidado “Lar dos Afetos”. Em 15 minutos chegámos com duas caixas de bolos, que uma das Encarregadas de Educação amavelmente  ofereceu. Pretendia, neste dia, que os meus alunos vissem como funcionava um lar de idosos e que  interagissem um  pouco com os mesmos, mas depressa as minhas expectativas foram superadas. Entrámos como se entra na casa de um amigo, de coração aberto. As portas abriram-se de par em par em par para a realidade e a empatia aconteceu. Entrámos em todos os quartos, conhecemos as histórias dos utentes, permitimo-nos ser genuínos, mostrar emoções, agir espontânea e generosamente. Depressa esta era , de facto, a casa dos nossos novos amigos. Conhecemos-lhe os recantos e percebemos o seu funcionamento. A conexão foi imediata e logo houve quem quisesse ajudar numa tarefa, visitar de novo um quarto onde estava a senhora x, ou que simplesmente se sentisse à vontade para conversar com alguém. A atividade preparada para a interação dos jovens com os utentes, mas que de antemão sabíamos poder necessitar de adaptação, de acordo com o estado de saúde e disposição dos utentes, não aconteceu. Limitei-me a sussurrar-lhes :

“Esqueçam a atividade e deixem rolar. Está a ser fantástico!”.

Concordaram. Está a ser incrível, Stora! .

“Não podia estar a correr melhor...”, quase  não terminei o pensamento...

”Gostariam de ir connosco levar os almoços aos utentes que comem refeições do lar?”

Quase batemos palmas e fomos! As duas responsáveis conduziram-nos, literalmente, pelos arredores. Fomos, com entusiasmo, entrando pelas aldeias adentro. Espreitou-se a cozinha bem aquecida do senhor Y, onde foi deixado um bom almoço, mas onde se deu também uma ajuda extra, havendo o cuidado de  ajudar a ultrapassar pequenas barreiras que a idade vai colocando no caminho; conversou-se com a alegre senhora Z, que ficou tão contente com o almoço (que até mousse tinha!) como com a nossa visita  e regressámos à casa amarela dos nossos amigos para almoçar também.

A equipa reuniu-se na sala de refeições. Não nos fizemos rogados e a sintonia foi completa quando uma das alunas perguntou:

”Ó Stora, eu posso cantar?”

Todos sorrimos . Claro que podia, mas quis fazê-lo na sala de convívio e no meio dos idosos cantou-se, dançou-se, jogou-se às cartas e encantou-se. Chegou a hora marcada para a partida, mas ninguém queria ir embora.

“Ó Stora, por favor, temos de voltar aqui!”

 E foi entre corridinhas, para despedidas neste ou naquele quarto, que saímos da instituição onde toda a equipa se reuniu para nos dizer Adeus. 

Que dia fantástico! Que gigante passo para a noção dos nossos deveres. Na carrinha, já de volta à cidade da Guarda, senti a união deste grupo, por ter  participado numa experiência tão valiosa. Fiquei orgulhosa.

Apenas desejo que este Semestre seja igual para o novo turno de Cidadania e Desenvolvimento!

Natércia Monteiro (professora)

1 comentários :

  1. Fernanda Gomes - Com o encanto que a Stora põe em tudo o que escreve, o dia ficou ainda melhor. Parabéns pela bonita iniciativa!

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