O 25 de abril, antes
de ser uma revolução, foi um golpe militar. Nasceu do descontentamento dos
militares pelos 13 anos sucessivos de guerra de África sem vitória à vista e
sob a contestação da generalidade da comunidade internacional. Por outro lado,
em 1973, uma lei que permitia o acesso dos milicianos ao quadro permanente incendiou
os quadros intermédios das Forças Armadas e semeou a revolta já que era
rejeitada pela maioria dos militares profissionais. Em fevereiro de 1974, o
livro “Portugal e o Futuro” do general António de Spínola, que defendia uma solução
política para o problema ultramarino, dada a quase impossível vitória militar, agitava
ainda mais as tropas. Marcello Caetano, líder do governo, cria um lugar especial
para calar Spínola (vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas) mas
o movimento dos oficiais começa a organizar-se. Em 16 de março dá-se o golpe
das Caldas, sem sucesso, mas que é o anúncio do movimento do 25 de abril. Nesta
data será o major Otelo Saraiva de Carvalho que irá conduzir o plano de
operações. Poucos dias depois o major Melo Antunes será o principal autor
do Programa do Movimento das Forças Armadas que procurará ter como lema da
revolução os três D: desenvolver, democratizar, descolonizar. Melhor ou pior,
cumpriu-se.
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