A PIDE-DGS (Polícia Internacional de Defesa do Estado-Direção Geral de
Segurança) era a polícia política que protegia o regime de partido único do
Estado Novo e que se tornava assim a “controleira” das ideias heterodoxas e de
tudo o que pudesse cheirar a regime democrático e participação política. Os
seus alvos eram os militantes da oposição democrática mas também das
organizações sindicais e dos partidos de esquerda clandestinos, nomeadamente o
Partido Comunista.
A ação da PIDE era assegurada pela intervenção de agentes e informadores,
disseminados por todo o território nacional, que se tornavam assim os olhos e
os ouvidos do poder instituído. Quem fosse apanhado em atividades “contra o
regime” era preso, torturado se isso fosse necessário e teria a vida infernizada
por muito tempo. Nos territórios ultramarinos os pides eram também agentes de
obtenção de informações contra os “turras”, ou seja, os elementos dos
movimentos de libertação.
No dia 25 de abril a PIDE, na Rua António Maria Cardoso, ao Chiado, foi
rodeada por populares, tendo resultado daí as únicas mortes do 25 de abril
causadas por tiros vindos do edifício da PIDE, num total de quatro. Aqui e ali
os pides eram apanhados e desmascarados. Às vezes eram sovados, outras vezes
cometiam-se erros devido à excitação daqueles dias de revolução.
O livro recentemente publicado pelo ex-professor da ESAAG, Carlos Adaixo,
Café no centro da cidade, dá-nos uma
imagem interessante da atividade da PIDE e da sua presença na Guarda.
Na primeira imagem a placa que assinala os mortos do dia 25 de abril; na segunda imagem uma foto emblemática, a de Henri Bureau, fotógrafo francês, num
momento de prisão de um pide.
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