Chama-se Leopoldo Mesquita, é
casado e tem dois filhos. É licenciado em Economia, mestre em Sociologia
Económica e doutorado em Ciências da Educação (nas áreas da História da
Educação e da Economia Política da Educação). É militante do PCTP/MRPP há 40
anos. É o primeiro candidato das listas do PCTP/MRPP às Eleições para o
Parlamento Europeu de 25 de maio.
Porque aceitou ser cabeça-de-lista do PCTP/MRPP às eleições europeias
do próximo mês de maio?
Aceitei ser o primeiro candidato do PCTP/MRPP às eleições europeias
porque me identifico com os objetivos da candidatura, porque atribuo uma
grande importância a estas eleições tendo em conta a presente situação
política, e porque considero possuir as capacidades e as condições necessárias
ao desempenho do papel de cabeça-de-lista para que fui proposto.
Quais são as suas expectativas de resultados, tendo também em conta
que se candidata por um pequeno partido?
A meu ver, o objetivo mais importante nestas eleições é o de lançar um
vasto movimento de mobilização e debate sobre o que há a fazer para retirar
Portugal da gravíssima crise em que foi mergulhado. Esta crise é em grande
parte determinada pelos tratados e regras da União Europeia que foram impostos
a Portugal sem que nunca o povo português tivesse sido consultado. Esses
tratados e regras contribuíram muitíssimo para a destruição da estrutura
produtiva do país, fizeram de Portugal uma espécie de colónia da Alemanha e
eliminaram já quase tudo o que caracteriza uma democracia plena. É preciso pôr
em causa e em discussão tudo isto e tomar as decisões que forem necessárias.
Obviamente que espero um significativo aumento da votação na candidatura
que encabeço. Havendo igualdade de condições de difusão de ideias entre todas
as candidaturas, será possível a eleição de um deputado do PCTP/MRPP para o
Parlamento Europeu.
A saída do euro é a ideia-chave desta candidatura. Porquê?
Portugal nunca deveria ter aderido ao euro nem tal deveria ter sido
decidido sem se consultar o povo, em referendo, sobre um passo tão importante e
decisivo. Desde a adoção do euro, todos os indicadores económicos do país
revelam uma acentuada degradação. De então para cá, iniciou-se um processo que
está a conduzir rapidamente à reposição dos níveis de pobreza, de baixos
salários e de ausência de direitos democráticos, sociais e laborais que
existiam nos piores tempos da ditadura salazarista.
Portugal tem de recuperar a sua soberania monetária, repor uma moeda
própria (um novo escudo) e adequar o valor dessa moeda às condições da
competitividade da produção das empresas e do país. Só assim será possível reequilibrar
e desenvolver a economia, criar empregos para todos e repor os direitos de que
os trabalhadores e o povo foram e continuam a ser espoliados. A saída do euro
é, no momento atual, o principal desígnio nacional.
Embora o objetivo da saída do euro seja o principal lema da campanha do
PCTP/MRPP, há outros objectivos que lhe estão directamente associados. O
primeiro é o derrube do governo PSD/CDS e a sua substituição por um governo que
seja apoiado por uma ampla unidade de forças democráticas e patrióticas. Outro
objetivo é o de reforçar uma corrente que tem já uma forte expressão na
sociedade portuguesa e que defende o repúdio da dívida pública, com base na
constatação de que essa dívida é impagável e não foi contraída por mandato do
povo nem reverteu em seu benefício.
Como se define na sua relação com a política?
A política é a mais nobre das atividades se for entendida como um serviço
público para melhorar a qualidade de vida das pessoas e se for recusada a ideia
de que os políticos devem ter qualquer espécie de privilégio em relação ao
cidadão comum. Dado que é esse o meu entendimento, tenho um gosto enorme em
participar na vida política e fá-lo-ei, como sempre fiz, para defender os
interesses das pessoas que vivem do seu trabalho e o fim de todas as formas de
exploração do trabalho alheio.
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