terça-feira, 1 de abril de 2014

Leopoldo Mesquita, professor da ESAAG, cabeça de lista do PCTP/MRPP às Europeias


Chama-se Leopoldo Mesquita, é casado e tem dois filhos. É licenciado em Economia, mestre em Sociologia Económica e doutorado em Ciências da Educação (nas áreas da História da Educação e da Economia Política da Educação). É militante do PCTP/MRPP há 40 anos. É o primeiro candidato das listas do PCTP/MRPP às Eleições para o Parlamento Europeu de 25 de maio.

Porque aceitou ser cabeça-de-lista do PCTP/MRPP às eleições europeias do próximo mês de maio?
Aceitei ser o primeiro candidato do PCTP/MRPP às eleições europeias porque me identifico com os objetivos da candidatura, porque atribuo uma grande importância a estas eleições tendo em conta a presente situação política, e porque considero possuir as capacidades e as condições necessárias ao desempenho do papel de cabeça-de-lista para que fui proposto.
Quais são as suas expectativas de resultados, tendo também em conta que se candidata por um pequeno partido?
A meu ver, o objetivo mais importante nestas eleições é o de lançar um vasto movimento de mobilização e debate sobre o que há a fazer para retirar Portugal da gravíssima crise em que foi mergulhado. Esta crise é em grande parte determinada pelos tratados e regras da União Europeia que foram impostos a Portugal sem que nunca o povo português tivesse sido consultado. Esses tratados e regras contribuíram muitíssimo para a destruição da estrutura produtiva do país, fizeram de Portugal uma espécie de colónia da Alemanha e eliminaram já quase tudo o que caracteriza uma democracia plena. É preciso pôr em causa e em discussão tudo isto e tomar as decisões que forem necessárias.
Obviamente que espero um significativo aumento da votação na candidatura que encabeço. Havendo igualdade de condições de difusão de ideias entre todas as candidaturas, será possível a eleição de um deputado do PCTP/MRPP para o Parlamento Europeu.
A saída do euro é a ideia-chave desta candidatura. Porquê?
Portugal nunca deveria ter aderido ao euro nem tal deveria ter sido decidido sem se consultar o povo, em referendo, sobre um passo tão importante e decisivo. Desde a adoção do euro, todos os indicadores económicos do país revelam uma acentuada degradação. De então para cá, iniciou-se um processo que está a conduzir rapidamente à reposição dos níveis de pobreza, de baixos salários e de ausência de direitos democráticos, sociais e laborais que existiam nos piores tempos da ditadura salazarista.
Portugal tem de recuperar a sua soberania monetária, repor uma moeda própria (um novo escudo) e adequar o valor dessa moeda às condições da competitividade da produção das empresas e do país. Só assim será possível reequilibrar e desenvolver a economia, criar empregos para todos e repor os direitos de que os trabalhadores e o povo foram e continuam a ser espoliados. A saída do euro é, no momento atual, o principal desígnio nacional.
Que outras ideias defende para Portugal nestas eleições?
Embora o objetivo da saída do euro seja o principal lema da campanha do PCTP/MRPP, há outros objectivos que lhe estão directamente associados. O primeiro é o derrube do governo PSD/CDS e a sua substituição por um governo que seja apoiado por uma ampla unidade de forças democráticas e patrióticas. Outro objetivo é o de reforçar uma corrente que tem já uma forte expressão na sociedade portuguesa e que defende o repúdio da dívida pública, com base na constatação de que essa dívida é impagável e não foi contraída por mandato do povo nem reverteu em seu benefício.
Como se define na sua relação com a política?
A política é a mais nobre das atividades se for entendida como um serviço público para melhorar a qualidade de vida das pessoas e se for recusada a ideia de que os políticos devem ter qualquer espécie de privilégio em relação ao cidadão comum. Dado que é esse o meu entendimento, tenho um gosto enorme em participar na vida política e fá-lo-ei, como sempre fiz, para defender os interesses das pessoas que vivem do seu trabalho e o fim de todas as formas de exploração do trabalho alheio. 

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