professor de Ciências Naturais e Biologia na ESAAG
O gene inteligente,
de SHARON MOALEM
de SHARON MOALEM
Darwin e Lamarck, dois cientistas à frente no seu tempo. Nas suas teorias
o meio ambiente desempenha um papel central. Para Darwin, o meio seleciona os
mais aptos em cada momento, sendo as suas características transmitidas à descendência.
Para Lamarck o meio modifica os indivíduos, atribuindo-lhes uma intenção
evolutiva. Os livros mandam ensinar que apenas o primeiro tem razão e o segundo
está errado. Mas em ciência o que hoje é falso, amanhã pode ser verdade, às
vezes é apenas uma questão de tecnologia.
Parece que, consoante as solicitações do meio, os nossos genes podem ser
ligados e desligados, por forma a responderem a um determinado estímulo
ambiental; que o fatalismo da herança genética pode ser contornado pelo
próprio; que somos o que comemos, mas também o que não comemos. Afinal
poderemos mesmo, em muitas situações, ser donos do nosso destino biológico, moldando os nossos genes às maldades do meio, lutando por sermos melhores e,
para isso ignoraremos alguns genes e ativaremos outros tantos que se
encontravam adormecidos. É o amanhecer da Epigenética. É a vingança de Lamarck.


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