segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ENTREVISTA (PARTE 2) Alina Louro explica a sua participação nos Exercícios de Química 11


 

Com muitos exercícios os alunos podem combater as grandes dificuldades que têm na disciplina?

O sucesso de um processo de aprendizagem não se mede pelo número de exercícios que o aluno faz. Conheço alunos que fizeram todos os exercícios que saíram em exames nacionais entre 2006 e 2015 e tiveram uma nota baixíssima no exame da disciplina em 2016. A meu ver há exercícios e exercícios! A nossa ideia foi criar uma série de exercícios para cada item do programa da disciplina, de acordo com as novas metas curriculares. Começamos sempre com exercícios mais simples e que visam, também, incentivar o aluno e depois vamos aumentando o grau de dificuldade. Os últimos exercícios do mesmo item podem, inclusive, abranger o 10º ano e deverão, no nosso entender, ser do género dos do exame que em 2017 será o primeiro das novas metas. Acreditamos muito neste projeto, senão, não faria sentido termos deixado tantas coisas para trás, para nos dedicarmos a ele. Tivemos de roubar tempo às nossas famílias, abdicar de estar com os nossos amigos e trabalhar horas sem fim. Ainda não conseguimos descontrair. Nos dias que se seguiram ao fecho da obra, devo ter dormido quase 20 horas… estava muito cansada. Depois, o fecho coincidiu com a correção da 2ª fase dos exames nacionais… foi complicado. Acabou, dedicamos todo este trabalho aos alunos que nos inspiram! Aos nossos alunos!


Esta disciplina pode ser apaixonante?

Não tenho a mais pequena dúvida. Estou curiosa por receber o feedback dos meus alunos quanto a alguns exercícios que têm subjacente a beleza da Ciência, em geral, e da Química em particular. A Química tem muita ligação à Biologia, a Geologia, a Medicina e etc. Uma grande parte dos exercícios presentes na obra veiculam essa ligação e são extremamente bonitos. Claro que esta é a opinião de uma das pessoas que os criou por isso, não é uma opinião neutra.



Utilizou em alguns problemas exemplos da Guarda e da ESAAG?

Usei alguns, mas menos que no 10º ano. Contudo, a maioria das ilustrações que dizem respeito a montagens laboratoriais tiveram como base fotografias do nosso material da ESAAG. Eu fazia a montagem, tirava a fotografia e o ilustrador tratava do resto. Os meus alunos do 11º ano participaram menos nesta obra, foi um ano letivo muito complicado do ponto de vista de trabalho de sala de aula, não sobrava tempo para criar exercícios com os meus alunos. Algumas dúvidas deles deram origem a exercícios, eu tenho tido alunos inspiradores, maravilhosos! Há exercícios sobre a água da Guarda, por exemplo…



Vai sair também a edição de Exercícios de Física?

O projeto engloba as duas obras, por isso não fazia sentido uma delas não sair. Até porque trabalhámos os cinco para um objetivo comum. Embora nos tenhamos dividido em dois grupos, para podermos conceber obras maiores e mais abrangentes, estivemos sempre em contacto uns com os outros. Por vezes havia necessidade de debater uma ou outra ideia e o apoio estava sempre assegurado. A componente de Física deste projeto tem dois professores que não tinham trabalhado connosco no 10º ano, além da professora Sandra Soares. Para mim, só fazia sentido abandonar a Física se deixasse no meu lugar pessoas em quem confio e amigos de longa data. Eles aceitaram o meu convite e eu fiquei muito feliz. São dois professores encantadores que eu admiro muito. Além de dois grandes amigos, são duas pessoas com percursos maravilhosos no ensino da Física em Portugal. O livro de Física está, com certeza, muito bom e vou usá-lo muito, como professora. A capa é azul, como o do 10º ano mas mais escuro, e tem o planeta Terra rodeado de satélites. Gostei muito da capa e certamente vou gostar do conteúdo.

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