Bruna Pereira e Inês Fernandes (12º B) |
Na onda de Álvaro de Campos, eis mais uma
Ode
à Palavra
Palavra
P-A-L-A-V-R-A
Letras
inocentes que nada dizem a não ser juntas.
Palavra
que é tua, que é minha, que é de todos.
Palavra
que magoa, que irrita, que chateia, que envergonha, que emociona.
Palavra
tão simples que desencadeia o complexo que há em ti, em mim, em todos.
Palavra
que fere, que arde, que corrige.
Ai,
palavra, o que seria de nós sem ti?
Shhh!
Cala-te!
Cala-te
e deixa as palavras fluírem dentro de ti
Dá
sentido às palavras!
Ou
deixa que as palavras te deem sentido
Palavras
que ficam, palavras que vão,
palavras
que escrevo, palavras que falo,
palavras
que permanecem inalteradas em ti e nas páginas,
palavras
que voam com o sussurro do vento e se perdem no oceano das palavras
Ai,
palavra! E continuo a depender de ti…
A
fome e a ânsia que crias em nós
de
dizer, de falar, de ouvir, de ler,
de
dançar com a tua musicalidade, as sílabas, os acentos,
de
absorver tudo quanto é palavra,
de
saborear letra por letra…
Ai,
palavra,
o
quão inútil sou sem ti
e
ainda mais inútil porque te procuro e não te encontro…
Procuro-te!
Procuro
o teu sabor!
Procuro
a tua essência!
Masco-te!
Mastigo-te!
Procuro
digerir-te
Mas
consigo apenas a tua essência provar…
Desejo
continuamente nutrir-me de ti, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo, a
cada milésima de segundo!
A
triste noção da realidade apodera-se de mim….
Ai,
palavra,
tomara
eu poder elogiar-te!
Bruna Pereira e Inês Fernandes 12ºB
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