segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ODE À PALAVRA Um poema na onda de Álvaro de Campos

Bruna Pereira e Inês Fernandes (12º B)
Na onda de Álvaro de Campos, eis mais uma

Ode à Palavra



Palavra
P-A-L-A-V-R-A
Letras inocentes que nada dizem a não ser juntas.
Palavra que é tua, que é minha, que é de todos.
Palavra que magoa, que irrita, que chateia, que envergonha, que emociona.
Palavra tão simples que desencadeia o complexo que há em ti, em mim, em todos.
Palavra que fere, que arde, que corrige.

Ai, palavra, o que seria de nós sem ti?

Shhh! Cala-te!
Cala-te e deixa as palavras fluírem dentro de ti
Dá sentido às palavras!
Ou deixa que as palavras te deem sentido

Palavras que ficam, palavras que vão,
palavras que escrevo, palavras que falo,
palavras que permanecem inalteradas em ti e nas páginas,
palavras que voam com o sussurro do vento e se perdem no oceano das palavras

Ai, palavra! E continuo a depender de ti…

A fome e a ânsia que crias em nós
de dizer, de falar, de ouvir, de ler,
de dançar com a tua musicalidade, as sílabas, os acentos,
de absorver tudo quanto é palavra,
de saborear letra por letra…

Ai, palavra,
o quão inútil sou sem ti
e ainda mais inútil porque te procuro e não te encontro…

Procuro-te!
Procuro o teu sabor!
Procuro a tua essência!
Masco-te! Mastigo-te!
Procuro digerir-te
Mas consigo apenas a tua essência provar…

Desejo continuamente nutrir-me de ti, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo, a cada milésima de segundo!

A triste noção da realidade apodera-se de mim….

Ai, palavra,
tomara eu poder elogiar-te!
  

  Bruna Pereira e Inês Fernandes   12ºB

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