sábado, 19 de agosto de 2017

EXPRESSÃO 25 ANOS (16) Três raps da Ângela Canez em 2000/01

A Ângela Canez numa foto de 2016

    A equipa do EXPRESSÃO foi composta ao longo de muitos anos por alunos dedicados e fiéis. Um dia destes pomos aqui uma foto de grupo. Entretanto no ano de 2000/01 a Ângela Canez colaborou durante vários números com raps dedicados a várias personagens típicas da escola. Eis aqui três deles muito conseguidos poeticamente, dedicados ao aluno marrão, ao mau aluno e ao professor baldas. 

            Rap do aluno marrão                   

 A vós, ó ignorantes
Que pensais saber?
A vós que gozais
Sem me conhecer
Ouvi meu canto
Eis o meu clamor
Abaixo vosso espanto
Meu grito é maior!
Elevei-o ao quadrado
Traduzi-o em equação
E mesmo isolado
Achei-lhe em lR a solução
Esqueci-me de tudo
E de uma festa qualquer
Troquei-a pelo estudo
Mas agora sei discorrer
De Platão e Descartes
De Cervantes e Erasmo
E se me inferiorizarem para baixo
Direi que é pleonasmo
E vós ó Incultos
Que ireis vós dizer
Aprendei pois neste canto
O que ficou por entender
Aprendei pois agora
Neste Rap ou o que for
Pois o Rap não se estuda
E meu grito é maior!

   Ângela Canez  (11º F)

           Rap do mau aluno

Sr. Professor
Guardião da morte!
Sois símbolo das aulas
Que palavra forte!
Trazeis a gente fechada
Nesta sala quadrada
Isto é tempo perdido
Ensinais de tudo
Professor do nada...
Falais-me em estudar
Mas que teimosia!
Que vida tão fria!
Insistis! Quereis explicar!
E eu já sem perceber...
Tanta vida lá fora
De que vale envelhecer?
Que eu quero aprender
A vida inteira
E não só à vossa beira
Que é inútil e triste
(A meu ver!)
Mas este ódio não adianta
Quando a loucura me espanta
E me enche de horror...
Ao olhar na porta escrito
Ó guardião que evito
Sois meu professor!!!...
 Ângela Canez (11ºF)

          Rap do professor baldas

Sobre todo o tempo passado
Eu, professor desonrado
Deixo minha confissão!
E digo arrependido
Que estando agora adormecido
Me acordou a razão...
Mas quase oiço de repente
A campainha estridente
Terrível recordação!
E vem um aluno interessado
Ou outro mais moderado
Falar da matéria que não dei
Há ainda um professor
Que é baldas mas doutor
Sou eu! Mas nem o sei...
Ignoro até minha presença
Tanto ficou por ensinar!
Trago apenas a sentença
Um pesadelo por contar
Ah! E se eu faltar por um momento
Como faltei há tanto tempo...
(Estou quase a delirar!)
No que resta da loucura
Que foi minha e amei
E agora, noite escura
Renego a aventura
De tudo o que ousei errar
Errarei pois ainda
Neste dia que já finda
E eu por confessar!!!
 Ângela Canez (11º F)

0 comentários :

Enviar um comentário

Os comentários anónimos serão rejeitados.