Acaba de sair o livro de Arnaldo
Saraiva “Vergílio Ferreira, seminarista nos seminários do Fundão e da Guarda”,
pequeno opúsculo de 50 páginas da Editora Exclamação que analisa as circunstâncias
biográficas da permanência de Vergílio Ferreira no seminários diocesanos do
Fundão e da Guarda, antes de vir para o Liceu Nacional da Guarda no início de
1933.
António Valdemar, em crítica
publicada no Expresso do passado 19 de agosto, salienta a cultura de hipocrisia
que servia de base à educação nestes seminários, onde a repressão era grande ao
nível das vivências de adolescentes em transformação. A supervigilância sobre
aspetos sexuais, o controlo dos afetos, a censura da livre expressão, a
valorização do silêncio e a asfixia dos tempos para oração e culto caracterizavam
esta dolorosa “vida de internato”.
Arnaldo Saraiva escreveu esta obra
com base nos arquivos que pôde consultar nos seminários do Fundão e da Guarda,
nomeadamente fichas de aproveitamento e comportamento com dados muito
interessantes sobre o futuro professor e escritor. Através destas e de outras
fontes reconstitui assim como era o ex-aluno do Liceu Nacional da Guarda, filho
de fogueteiro e doméstica, depois emigrantes nos EUA, convivendo desde pequeno
com um tio-avô padre.
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