Adelaide Batista é assistente técnica nos Serviços Administrativos da ESAAG. Nos tempos livres canta no Coral Pedras Vivas e escreve poemas. Aqui ficam dois deles em jeito de despedida a 2017.
DESTINO
Folha caída, perdida
no chão rijo da floresta.
Alma ferida, sentida,
dentro de mim escondida,
é tudo o que me resta.
Penso, existo, sou.
Para onde vou?
Onde vou ficar?
A mente tudo apagou.
Já não consigo pensar.
Pedra fria, inanimada,
no piso duro da calçada,
cumprimenta quem a pisa.
Mesmo estando parada,
é guia de quem precisa.
Vou, sigo por esse caminho
onde procuro o meu destino
que não sei onde possa estar.
Só sei que, nalgum cantinho,
a vida me há-de encontrar.
CHAMA!...
Bem juntinho à lareira,
observo a chama que aquece.
E a luz que ali permanece
bem no meio da fogueira.
Aquele calor logo me invade
e em sossego me apanha.
O seu brilho logo se entranha
com pura e total claridade.
O fogo, forte, logo consome,
ávido, cheio de fome,
o tronco de negro pintado.
E, à medida que come,
o lume, fraco, sem nome,
vai ficando apagado.
Ao quentinho, adormecida,
sonho, feliz da vida,
com o meu doce abrigo.
E a chama consumida
não me deixa desprotegida
pois o calor dorme comigo.
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