segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CONGRESSO DA APPF - 4 Ensina-se bem o Francês nas escolas?

Carlos Rodrigues na Mesa da Assembleia Geral


Carlos Pais Rodrigues continua a responder sobre o Congresso da APPF de janeiro passado.
Debateu-se a qualidade do ensino do Francês nas escolas? A que conclusão se chegou?
Após a introdução da obrigatoriedade do estudo do Inglês enquanto Língua Estrangeira I, o quase desaparecimento do Alemão e o surgimento do Espanhol, o panorama a nível do ensino das línguas estrangeiras em terras lusas alterou-se… e muito !
Lamentavelmente, Portugal é um dos poucos países da Europa que, nos seus curricula do Ensino Secundário não preconiza o ensino simultâneo de duas línguas estrangeiras – exceção feita à área de Línguas e Humanidades. O mesmo equivale a dizer que os nossos alunos serão sempre deficitários relativamente a outros cidadãos europeus: se é incontornável que falar Inglês é um must, então, o domínio de uma segunda (ou até terceira) língua estrangeira poderá amanhã fazer toda a diferença no mercado de trabalho. E quando falamos de “mercado de trabalho”, para além de tudo o que já foi anteriormente afirmado sobre o mundo da Francofonia, temos de perspetivar jovens licenciados como potenciais candidatos a uma emigração mais que provável para França, Suíça, Bélgica ou Luxemburgo ou, até, pensar nas variadíssimas empresas instaladas em Portugal que “falam francês”. Empiricamente, também sabemos que, quando se assiste a um jornal televisivo cuja matéria versa sobre a União Europeia, os protagonistas invariavelmente expressar-se-ão em Inglês ou em Francês – será necessário relembrar que, nesta matéria, os centros de decisão continuam em Bruxelas e Estrasburgo !?
Creio que os alunos e os encarregados de educação já perceberam isso e, essencialmente por essa razão, o Francês continua a assumir claramente o segundo lugar como língua estrangeira no nosso sistema de ensino. Aliás, experiências como o DELF scolaire em que o número de alunos aderentes a nível nacional não cessa de aumentar – comprovam a qualidade do trabalho que tem sido desenvolvido, bem como o cuidado e a vontade que os discentes revelam ao procurar ver validados, pelo próprio Ministério da Educação francês, os seus níveis de proficiência em Língua Francesa, obtendo assim um “passaporte” para o mundo da Francofonia.

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