Carlos Rodrigues na Mesa da Assembleia Geral |
Carlos Pais Rodrigues continua a responder sobre o Congresso da APPF de janeiro passado.
Debateu-se a qualidade do ensino do Francês nas escolas? A que
conclusão se chegou?
Após a
introdução da obrigatoriedade do estudo do Inglês enquanto Língua Estrangeira
I, o quase desaparecimento do Alemão e o surgimento do Espanhol, o panorama a
nível do ensino das línguas estrangeiras em terras lusas alterou-se… e muito !
Lamentavelmente,
Portugal é um dos poucos países da Europa que, nos seus curricula do Ensino Secundário não preconiza o ensino simultâneo de
duas línguas estrangeiras – exceção feita à área de Línguas e Humanidades. O
mesmo equivale a dizer que os nossos alunos serão sempre deficitários
relativamente a outros cidadãos europeus: se é incontornável que falar Inglês é
um must, então, o domínio de uma
segunda (ou até terceira) língua estrangeira poderá amanhã fazer toda a
diferença no mercado de trabalho. E quando falamos de “mercado de trabalho”,
para além de tudo o que já foi anteriormente afirmado sobre o mundo da Francofonia,
temos de perspetivar jovens licenciados como potenciais candidatos a uma emigração
mais que provável para França, Suíça, Bélgica ou Luxemburgo ou, até, pensar nas
variadíssimas empresas instaladas em Portugal que “falam francês”.
Empiricamente, também sabemos que, quando se assiste a um jornal televisivo
cuja matéria versa sobre a União Europeia, os protagonistas invariavelmente
expressar-se-ão em Inglês ou em Francês – será necessário relembrar que, nesta
matéria, os centros de decisão continuam em Bruxelas e Estrasburgo !?
Creio que os
alunos e os encarregados de educação já perceberam isso e, essencialmente por
essa razão, o Francês continua a assumir claramente o segundo lugar como língua
estrangeira no nosso sistema de ensino. Aliás, experiências como o DELF scolaire – em que o número de alunos aderentes a nível nacional não cessa de
aumentar – comprovam a qualidade do
trabalho que tem sido desenvolvido, bem como o cuidado e a vontade que os
discentes revelam ao procurar ver validados, pelo próprio Ministério da
Educação francês, os seus níveis de proficiência em Língua Francesa, obtendo
assim um “passaporte” para o mundo da Francofonia.
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